As mortes em sinistros caíram 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado; Infosiga SP aponta que diminuíram os óbitos de pedestres em 7,2% e de ciclistas em 5,7% de janeiro a outubro de 2023
De acordo com os novos dados do Infosiga SP, sistema do Governo do Estado gerenciado pelo programa Respeito à Vida e coordenado pelo Detran-SP, o Estado de São Paulo registrou queda de 4,8% no número total de mortes no trânsito, na comparação com o acumulado de janeiro a outubro de 2022. Foram 4.390 óbitos nos primeiros dez meses deste ano, contra 4.611 no mesmo período do ano passado.
Entre os últimos indicadores, os destaques vão para as quedas de óbitos entre pedestres e bicicletas no acumulado de janeiro a outubro de 2023, em comparação com janeiro a outubro de 2022. No caso de pedestres, a redução é de 7,2% nesse período. Se a comparação for feita entre os meses de outubro deste ano e do ano passado, a redução é ainda maior: 7,8%. A redução nos óbitos envolvendo bicicletas foi menor no acumulado, de 5,7%, enquanto a comparação entre os meses de outubro de 2022 e 2023 mostra uma queda de 20,5% de óbitos neste modal.
As mortes em sinistros envolvendo automóveis também caíram 7,7% nos primeiros dez meses deste ano, quando foram registradas 1.011 mortes com esse modal, em relação ao mesmo período do ano anterior, quando ocorreram 1.095 óbitos em sinistros com automóveis. Na comparação mês a mês, outubro de 2023 em relação a outubro do ano passado, a redução de óbitos envolvendo automóveis é de 2,2%.
Já os óbitos de motociclistas tiveram uma leve alta nos dez meses de 2023: 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado (1.800 neste ano, contra 1.788 no mesmo período de 2022). Mês a mês, outubro de 2023 contra outubro de 2022, o registro de alta de mortes de motociclistas no Estado é ainda maior: 5,1%.
Com relação aos sinistros com vítimas não fatais, o Estado de São Paulo registrou um aumento de 8,4% no comparativo entre janeiro a outubro de 2022 e o mesmo período de 2023. Foram 147.988 ocorrências no período do ano passado, contra 160.380 no acumulado deste ano. Já em outubro do ano passado, foram 16.780 vítimas não fatais em sinistros no Estado, enquanto em outubro deste ano foram 16.066 vítimas não fatais, o que significa um aumento de 4,4%.
Reestruturação do Infosiga
Para analisar de forma ainda mais qualitativa os dados referentes ao trânsito paulista, incluindo a identificação de iniciativas preventivas eficientes, está sendo estruturado o novo Observatório Estadual de Trânsito, sob coordenação do Detran-SP, com o respectivo aperfeiçoamento do Infosiga, mediante investimento de R$ 9 milhões em tecnologias e inteligência artificial. O Observatório trará o Infosiga com informações na nuvem, com maior capacidade de processamento e de escalabilidade.
Com a base de dados mais completa, será possível realizar o cruzamento de dados, como: informações de condutores habilitados e veículos registrados no estado de São Paulo, além das infrações de trânsito cometidas pelos motoristas, para fins de geração de informações visando adoção de políticas públicas voltadas à segurança viária. Há previsão também de cruzamento desses dados com informações de sistemas da Secretaria da Saúde, Instituto Médico Legal, ARTESP, DER, cartórios de registro civil e do aplicativo de trânsito Waze, entre outros.
Foco constante na conscientização
A atual gestão do Detran-SP tem feito diversas campanhas para alertar todos os tipos de condutores para a importância de obedecer às leis de trânsito e aumentar os cuidados nas ruas. Em fevereiro, o Governo de São Paulo apresentou uma ação para o Carnaval, com o mote “Palavras mentem. Números, não”, para o slogan “Neste Carnaval, não dê desculpas. Se beber, nem pense em dirigir”. Já na Semana Santa, em abril, o respeito aos limites de velocidade e manutenção prévia dos veículos foram as principais tônicas da campanha “Escute quem você ama, viaje com segurança”.
Em maio, o foco da campanha sobre o Maio Amarelo foi “No trânsito, respeite a sua vida e a dos outros”, com o intuito de refletir diante de relatos reais de quem teve sua trajetória impactada por sinistros de trânsito. Em julho, circulou a campanha educativa “No trânsito, dê férias para a morte” para o período de descanso escolar. As peças usaram o humor para ressaltar que só a partir de cuidados e respeito às leis de trânsito pelos motoristas é que a “morte” pode tirar férias.
Durante a 68ª edição da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, em agosto, o Detran-SP promoveu a campanha “Alô, galera de cowboy. Alô, galera de peão: quem gosta de rodeio não mistura álcool e direção”, com o intuito de indicar o “motorista da rodada”, evitando sinistros de trânsito causados pelo consumo de álcool.
Também em agosto, a autarquia lançou a campanha Detran Festival: é show respeitar a vida no trânsito”, durante o festival musical The Town, com objetivo de conscientizar sobre direção segura e alertar sobre a escolha de alternativas de transporte público seguras, como o metrô e o trem, quando se faz a ingestão de bebidas alcoólicas. Para a Semana Nacional de Trânsito, em setembro, o mote da campanha foi “A vida está sempre em trânsito. No trânsito, escolha a vida”, com a proposta de conscientização da população de que, em momentos diferentes, todos podem assumir papéis diversos no trânsito, de motoristas, condutores, passageiros ou pedestres. Então, a lei é priorizar o respeito à vida.
O Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1 virou tema da nova campanha publicitária de prevenção da autarquia neste mês. Desta vez, a mensagem foi baseada no uso da velocidade somente em locais apropriados e com a devida segurança, a partir do mote “Acelerar nas pistas é esporte. Nas ruas nem pensar”.
No último dia 19 de novembro, Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito, o Detran-SP, em parceria com a Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global, lançou campanha educativa para conscientização popular enfatizando que nenhuma morte no trânsito é aceitável. O filme apresentou a história de Fábio Cordeiro da Silva, de 46 anos de idade, supervisor administrativo, filho de Audenilce, uma vítima fatal de sinistro, compartilhando sua indignação diante da tragédia – que não é apenas pessoal, se repete diariamente em outros lares brasileiros, mundiais.