A redução mais expressiva, entre os meses de janeiro e abril, foi nas categorias de semirreboques e caminhões, seguidas de caminhonetes. Sorocaba foi a única cidade entre as mais perigosas que registrou alta de ocorrências
O Estado de São Paulo registrou uma queda de 14,3% nos roubos e furtos de veículos, no primeiro quadrimestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados estão no Boletim Econômico Tracker-Fecap, que acaba de ser tabulado. Foram 34.908 ocorrências entre janeiro e abril. A maior queda foi observada nos roubos, com redução de 28,9%. Já os furtos caíram 10,1%.
“Essa baixa pode ser atribuída a uma combinação de fatores, como o aumento da eficiência das políticas de segurança pública, o uso de tecnologias de rastreamento e monitoramento veicular e a maior conscientização dos proprietários de veículos sobre medidas de prevenção”, afirma o pesquisador da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) responsável pelo estudo, Erivaldo Vieira.
Praticamente todas as categorias apresentaram redução de ocorrências. Os automóveis, que continuam sendo o principal alvo dos criminosos, tiveram baixa de 16,3%; motocicletas, segunda categoria mais afetada, apresentaram uma retração de 7,4%; caminhonetes, camionetas e motonetas registraram quedas superiores a 19%; já os caminhões tiveram redução de 26,3%.
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Entre as 10 cidades com maiores índices de roubos e furtos de veículos, apenas Sorocaba apresentou alta nas ocorrências. Mauá lidera com a maior redução percentual (-25,2%), seguida por Osasco (-17,1%). São Paulo teve queda de 14,7%. Diadema e Campinas indicam estabilidade.
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Já na Capital, a Vila Prudente foi o único bairro com aumento nas ocorrências, 4,1%. Saiu da sexta posição para a segunda. Houve uma mudança significativa no ranking dos locais com maior incidência de roubos e furtos de veículos: o Tatuapé, que, em 2024, ocupava a terceira posição, subiu para o topo da lista em 2025, apesar de uma redução de 11,7% no total de ocorrências. O Ipiranga, que liderava o ranking em 2024, apresentou uma queda expressiva de 39,5%, caindo para a sétima posição. “Outro destaque positivo foi a Penha, que saiu do top 10 bairros com mais ocorrências. A entrada da Vila Mariana e da Água Rasa na lista de 2025, e a saída de Itaquera e Penha, indicam uma redistribuição geográfica dos crimes, com a mancha criminal se deslocando para novas áreas da cidade”, explica Erivaldo Vieira.
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Entre as vias mais perigosas, os destaques são a queda expressiva nas ocorrências registradas na Avenida das Nações Unidas, -56%, e Avenida Vereador Abel Ferreira (-42%) e Avenida Octalles Marcondes Ferreira (43,4%). Por outro lado, alguns endereços passaram a figurar no ranking de 2025, como a Avenida Ragueb Chohfi (alta de 37,9%) e a Estrada do M’Boi Mirim (+28,6%).
O gerente de Comando e Monitoramento do Grupo Tracker, Vitor Corrêa, alerta para um cuidado básico que os proprietários de veículos devem ter: não comprar peças em comércios ilegais, pois é isso que motiva esse tipo de crime. “A escassez e o alto custo de peças automotivas novas contribuem diretamente para o crescimento dos roubos e furtos. A sociedade pode contribuir e só comprar peças com nota fiscal. É importante ficar atento também ao local onde os veículos são estacionados. “Eles se tornam alvos fáceis dos criminosos principalmente quando estão parados próximos a estações de metrô, shopping center e estádios de futebol”, finaliza o especialista.