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Estudo revela: 80% dos casos de Câncer de Cabeça e Pescoço são diagnosticados em estágios avançados

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Photo by Matthew Menendez on Unsplash

Especialista do IBCC Oncologia explica quais os cuidados para a prevenção e quais os sintomas de tumores nessa região

O Câncer de Cabeça e Pescoço abrange diversos tipos de tumores que se desenvolvem nessa região, como boca, garganta (faringe e laringe – caixa da voz), seios da face, pele (inclusive couro cabeludo), glândula tireoide e glândulas salivares. Em boca e garganta, a maioria deles tem origem nas células escamosas que revestem as superfícies mucosas, sendo chamados de carcinomas de células escamosas ou carcinomas epidermoides. Na pele, os tipos mais frequentes são denominados carcinoma basocelular e carcinoma epidermóide.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em um estudo publicado no The Lancet Regional Health – Americas, 80% dos casos de câncer de cabeça e pescoço foram identificados em estágio avançado. Por isso, é imprescindível estar atento aos sintomas para poder se prevenir.

“Os sintomas incluem a presença de nódulos no pescoço, feridas na boca ou garganta que não cicatrizam e podem manifestar-se inicialmente como manchas brancas ou avermelhadas, dor de garganta persistente e com possibilidade de irradiação para o ouvido, dificuldade ou dor para engolir, alteração da voz ou rouquidão, obstrução nasal ou sangramentos nasais persistentes, assim como feridas na pele que não cicatrizam espontaneamente”, explica Beatriz Cavalheiro, cirurgiã de cabeça e pescoço do IBCC Oncologia.

Segundo a especialista, os principais fatores de risco são: tabagismo, consumo excessivo de álcool (especialmente combinado ao tabaco), infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), má higiene bucal, traumas recorrentes (como por próteses dentárias mal ajustadas ou espículas dentárias), exposição ocupacional a certos produtos químicos, histórico de radioterapia em território de cabeça e pescoço e síndromes genéticas. Quanto aos tumores de pele, o principal fator de risco é a exposição solar sem proteção, especialmente em indivíduos de pele clara, mas não exclusivamente.

Um levantamento realizado pelo Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) apontou que o número de mortes por câncer de cabeça e pescoço pode aumentar de 17 mil para 30 mil até 2050.

Segundo a especialista, o tratamento é individualizado e depende do tipo de tumor, das estruturas e órgãos afetados, do estadiamento (estágio) tumoral, das condições clínicas dos pacientes e suas prioridades e valores. 

“Costumamos priorizar o tratamento cirúrgico da lesão primária e dos linfonodos (gânglios) cervicais acometidos pela disseminação tumoral ou que poderão ser futuramente afetados. Radioterapia, com ou sem associação de quimioterapia, pode ser a opção para o tratamento inicial ou complementar a terapia cirúrgica em casos avançados. Novos medicamentos têm sido indicados para casos específicos e com resultados promissores. Em todo o processo, a participação de uma equipe multidisciplinar é imprescindível (nutricionistas, fisioterapeutas, fonoterapeutas, psicólogos, dentistas)”,  ressalta a cirurgiã de cabeça e pescoço.

Dicas do especialista:  

Evite qualquer forma de tabaco: essa é a dica mais importante. O tabaco é um dos principais vilões. Além disso, a bebida alcoólica em excesso, especialmente quando combinada com o tabaco, também é um fator de risco.

“Seja cigarro comum, charuto, cachimbo ou narguilé, todas essas formas contêm substâncias que agridem diretamente as células da boca, faringe, laringe e cavidade nasal. Há aumento do risco de câncer, mas não só desses órgãos, havendo  também a associação com tumores de outras regiões, além do aumento do risco de outras doenças como pneumopatias e doenças cardiovasculares. Acrescenta-se o comprometimento da saúde bucal como um todo e sinais de envelhecimento precoce. Parar de fumar é a decisão mais poderosa que você pode tomar pela saúde. E, claro, evite a fumaça de outras pessoas também”, comenta Dra. Beatriz.

Vacine-se contra o HPV: o papilomavírus humano (HPV), associado ao câncer de colo de útero, também pode causar câncer na garganta. Por isso, é importante estar devidamente vacinado contra a doença e proteger-se.

Cuide da sua boca: uma higiene bucal ideal vai muito além de ter um hálito fresco. Escove os dentes e use fio dental regularmente. Isso ajuda a manter a boca saudável e previne irritações crônicas que podem, a longo prazo, se tornar um problema. “Também é indispensável consultar-se com um dentista regularmente, pelo menos uma vez por ano. Ele é seu aliado no rastreamento de lesões suspeitas na boca”, ressalta a cirurgiã.

Alimente-se bem: procure ter um prato colorido e variado, rico em frutas, vegetais e grãos integrais. Esses alimentos são cheios de vitaminas e antioxidantes que protegem suas células. Evite o consumo de alimentos ultraprocessados e carnes vermelhas em excesso.

Proteja-se da exposição solar: use filtro solar em áreas expostas, mesmo nos dias sem sol, não se esquecendo de orelhas, lábios e couro cabeludo se calvo. Chapéus e bonés também são aliados.

Se você notar alguma ferida na boca ou na língua, seja uma afta esbranquiçada ou uma lesão avermelhada, e que não cicatriza em 15 dias, rouquidão persistente por mais de duas semanas, dificuldade para engolir, nódulos no pescoço ou feridas persistentes em pele, não espere. Procure atendimento médico imediatamente. O diagnóstico precoce faz toda a diferença no tratamento e nas perspectivas de cura”, finaliza a especialista.

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