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Evento ‘Trampos do Futuro’, do Itaú Educação e Trabalho, reúne 4 mil jovens para discutir sobre educação profissional e mundo do trabalho

Open Finance completa 3 anos no Brasil; entenda os desafios, as expectativas e o que vai mudar/ Foto: Freepik
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“É importante abrir espaço para as juventudes entrarem em contato com a educação e o trabalho de forma articulada”, avalia Ana Inoue em evento Trampos do Futuro

É importante abrir espaço para as juventudes entrarem em contato com a educação e o trabalho de forma articulada”. A avaliação é da superintendente do Itaú Educação e Trabalho, Ana Inoue, durante o evento “Trampos do Futuro: arte, cultura e educação”, que reuniu 4 mil jovens nos dias 19 e 20 de fevereiro, pelo Itaú Educação e Trabalho, organização da Fundação Itaú, em São Paulo. Estiveram presentes, principalmente, estudantes de escolas públicas, da rede estadual de São Paulo e do Centro Paula Souza. “Os jovens querem muito aprender e têm sede de conhecimento. Precisamos desenvolver políticas públicas para as juventudes. A Educação Profissional e Tecnológica é, nesse contexto, um vetor importante de desenvolvimento do jovem por fazer conexão com o mundo do trabalho”, complementa Inoue, durante o evento, que teve foco nas Economias do Futuro e em como a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) é parte importante da trajetória de formação dos jovens.

O criador de conteúdo digital e empresário brasileiro, Felipe Neto, refletiu que o ensino médio não está preparado para o mundo do trabalho, em vídeo enviado para a palestra “Como é trabalhar com… apoio à saúde mental” e as ações realizadas pelo Instituto Felipe Neto (IFN). “Embora eu não ache que o ensino médio tenha que ter apenas essa função, que ele não deve apenas preparar para o mundo do trabalho, ele deveria também preparar o jovem para isso, mas não tem acontecido. E infelizmente 80% dos nossos jovens que se formam no ensino médio não vão para a universidade. Isso é alarmante“, afirma Neto.

Em seguida, Camilo Coelho, Diretor do Instituto Felipe Neto, conduziu a palestra, e contou sobre o trabalho do IFN e como eles entenderam o papel fundamental da escola na saúde mental dos jovens. “Acreditamos no poder dos professores e no lugar da escola, que é o único em que as crianças ficam sem os responsáveis. Começamos o trabalho em uma escola modelo no Rio de Janeiro com o que chamamos de ‘Espaço Vida’, um local acolhedor. Queremos que os jovens sentem e conversem entre si ali, que falem e discutam seus problemas. Não é um trabalho individual e sim coletivo. O que fazemos é criar um espaço seguro e buscar ajudá-los”, explica.

Caetano Scannavino, coordenador do projeto Instituto Saúde e Alegria, também foi outro palestrante sobre economia do cuidado e relatou sobre como é atuar na Amazônia. “O que me prendeu lá não foi só a beleza natural, mas também as pessoas. É uma gente que sofre para conservar a biodiversidade e, em troca, as riquezas extraídas não se revertem em saúde, educação, bem-viver ou apoio ao empreendedorismo local. Sem o social não se resolve o ambiental. Os jovens de lá têm as mesmas inquietudes dos das cidades, porém as realidades e perspectivas são diferentes. Eles desejam por oportunidades diferentes das dos seus pais. A força que a Amazônia mais precisa hoje é das juventudes. Da indignação, da curiosidade, do questionamento para mudar o sistema. Teremos a COP 30, em Belém neste ano, e precisamos mais do que nunca das juventudes engajadas”, comenta.

Trabalhar nas profissões do futuro

O encontro contou com palestras temáticas sobre “Como é trabalhar com…”, abordando áreas das economias do futuro.

Para abordar a economia sustentável participaram Amanda Costa, fundadora do Instituto Perifa Sustentável e jovem embaixadora da ONU e Beto Veríssimo, co-fundador do Imazon, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. Costa contou sobre o projeto em que lidera, destacando que falar de clima vai muito além. É falar de vida, de insegurança alimentar, de moradia e saneamento básico e de todas as intersecções. “Precisamos ampliar as oportunidades, ter mais gente no dia a dia do território, na favela e em comunidades, e não somente na academia. Falar com governantes para aumentar a discussão da temática para que políticas públicas possam chegar até os bairros periféricos, que são os mais afetados pelas condições e desastres climáticos que vivemos hoje”, explica. Veríssimo ressaltou a importância da Amazônia. “Amazônia é presente e futuro. É mais importante para o mundo do que o próprio Brasil. Ela é fundamental para regular o clima do mundo. É um lugar central, com vida, com uma enorme biodiversidade e uma natureza extraordinária, que ainda conhecemos pouco”, afirmou.

Para falar sobre economia prateada, que diz respeito aos produtos e serviços destinados a um público consumidor com 50 anos ou mais, estiveram presentes Marcia Monteiro, jornalista e fundadora da Geração Ilimitada, especializada no estudo das tendências do mercado 50+, para falar sobre longevidade e gerações e Anna Mires, do Itaú Viver Mais“Hoje o Brasil possui mais brasileiros acima de 60 anos do que até 14 anos. São pessoas que trabalham, produzem, consomem e com grande potencial de fazer a economia girar. Existe um grande espaço não explorado de oportunidades para atender a população dessa faixa etária e não só serviços ligados à saúde, mas também finanças, setor imobiliário, decoração, eletroeletrônicos e educação”, explica Monteiro.

Englobando as economias criativa e digital, Gean Guilherme, fundador do Movimento 2050, coletivo artístico e produtora de audiovisual da favela, e Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural, expuseram sobre a área de arte, cultura e tecnologia. “Nas minhas obras gosto de misturar arte e tecnologia, usando-a como uma importante ferramenta de comunicação. Nestes dois anos do Movimento 2050, tenho trabalhado e explorado o universo da interatividade e novas tecnologias como a realidade virtual, a Inteligência Artificial, a realidade aumentada e criado diferentes tipos de obras que as pessoas podem não só olhar, mas também interagir com elas. Minha arte fala sobre a realidade periférica e a favela, então entendi a necessidade de ter profundidade e sair do plano convencional. Foi quando comecei a estudar sobre ferramentas, técnicas de escaneamento 3D para capturar essa realidade por si só”, salienta Guilherme.

Sobre como é trabalhar com Tecnologia e Inovação, Andreza Rocha, fundadora da Afroya Tech Hub, e Manuela Bernadino, UX Reseacher e fundadora da Manux, organização que auxilia jovens a ingressarem no mercado de trabalho por meio da tecnologia & UX, participaram do evento e contaram suas experiências na área. A Afroya, liderada por Rocha, é um hub de projetos com objetivo de fomentar a presença de pessoas negras no ecossistema de tecnologia e inovação. Segundo ela, a curiosidade é o que move a busca pelo conhecimento e ferramentas atuais não estimulam criatividade e curiosidade. “Muitas IAs generativas promovem o pensamento pela pessoa e não com a pessoa. Além disso, embora a tecnologia tenha avançado e tenhamos mais acesso, pesquisas mostram que mais de 50% de quem está na periferia não acessa internet com qualidade, e quando faz, é pelo celular. O que significa dizer que temos mais possibilidade de acessar, mas ainda é determinado por raça e classe social”, ressalta. Já Manuela Bernadino reforçou, em sua fala, que a educação foi o caminho para mudar sua vida. “A educação te recompensa, pode demorar porque vivemos uma realidade difícil. Mas, quando acontece, é fantástico”, enaltece.

Outras atividades

No local, os jovens também tiveram acesso a um espaço de oportunidades de trabalho e formação gratuita, com vagas para jovens, de estágio e aprendizagem profissional, em empresas e organizações como Fundação Itaú, Auren – Mercado de Energias Renováveis, Fundação Roberto Marinho, Instituto Oportunidade Social, Amazon – AWS Re/Start, Associação Brasileira de Empresas de Software, Magalu, Instituto Coca-Cola Brasil, entre outros.

Oficinas gratuitas também foram promovidas por parceiros como o Instituto Kondzilla, com foco em audiovisual e captação de imagens, o Geledés, Instituto da Mulher Negra, sobre pedagogia hip-hop e culturas juvenis nas escolas, e o Sesi SP, com oficinas de robótica.

João Vitor Caires, fundador e diretor executivo do Instituto Kondzilla, destacou a importância do evento e a proximidade com as juventudes. “Estar aqui é uma oportunidade muito legal para falar com os jovens e fortalecer nossa parceria com o Itaú Educação e Trabalho, que existe há bastante tempo. Lançamos nosso curso da Escola de Criadores que vai formar 1500 jovens e aqui tem muitos jovens interessados em carreiras criativas e que fizeram nosso workshop”, disse.

Para Suelaine Carneiro, Coordenadora de Educação e Pesquisa do Geledés, é fundamental o compromisso de dialogar sobre educação e trabalho, pensando principalmente nos desafios que as juventudes brasileiras enfrentam ou que impedem o pleno desenvolvimento dessa parcela da população. “É importante essa compreensão que o Itaú Educação e Trabalho tem das diferentes juventudes e apresentar leques de possibilidades para que os jovens possam trilhar e que o futuro seja possível a partir dessa construção conjunta que está se fazendo hoje”, esclarece.

O evento contou também com arenas de conhecimento e conexão, onde os jovens puderam participar de oficinas e mentorias de empreendedorismo, inteligência emocional, políticas públicas, rodas de conversa sobre futuro, além de ter contado com especialistas e organizações como Auren Energia, Fundação Roberto Marinho e Unicef, dentre outros.

Além disso, a atividade da Árvore do Amanhã, um símbolo vivo de esperança, diversidade, representatividade e inclusão, realizada co.liga, iniciativa da Fundação Roberto Marinho, foi destaque no pavilhão da Bienal. Nela, as juventudes refletiram sobre suas vidas, sonhos e expectativas. Foram fixadas mensagens nos galhos da Árvore do Amanhã para serem lidas por diferentes pessoas, formando, juntas, um grande manifesto coletivo de transformação. Ao final do evento, foi apresentada e lida ao público uma carta resumindo todas as mensagens e sonhos escritos e fixados na Árvore do Amanhã.

O ‘Trampos do Futuro’ é um momento importante de celebração, mas também de engajamento. É uma alavanca direta de comunicação com os jovens “, diz João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho. “É um evento super representativo porque traz iniciativas realizadas no país que têm inspirado possibilidades de políticas públicas, mas também dialoga com o governo e com atores estratégicos para o trabalho com as juventudes”.

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