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Evolução do Real: especialista analisa o processo de digitalização da moeda nacional

Fernando Nunes, cofundador e CEO da Transfeera / Foto: Max Schwoelk / Divulgação
Fernando Nunes, cofundador e CEO da Transfeera / Foto: Max Schwoelk / Divulgação

Aumento da utilização do Pix afeta diretamente na aceleração do processo de desenvolvimento do sistema financeiro do Brasil

De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos, a partir de um levantamento do Banco Central com a Abecs, 42 bilhões de transações por Pix foram efetuadas em 2023, o que representa um aumento de 75% comparado com o ano anterior. Portanto, é possível notar que a evolução dos meios de pagamento no país tem sido direcionada para a desmaterialização do dinheiro, ou seja, novas tecnologias financeiras que centralizam todas as modalidades no meio online.

“O sistema financeiro brasileiro evoluiu significativamente ao longo dos anos. Inicialmente influenciado por modelos externos, agora se destaca como um mercado em crescimento. Antes marcado por lentidão e burocracia, o cenário começou a mudar com incentivos à competição e abertura do mercado, visando furar a bolha de concentração, essa mudança foi acelerada com a chegada do Pix, que revolucionou as transações financeiras no país. Hoje, o Brasil é reconhecido pela inovação financeira, com um sistema adaptável e diversificado, que inclui bancos e fintechs. Essa trajetória reflete a determinação em se posicionar como protagonista no cenário financeiro internacional, com um futuro promissor baseado na contínua inovação e adaptação às mudanças globais”, explica Fernando Nunes, especialista em meios de pagamento, cofundador e CEO da Transfeera, fintech que fornece soluções de pagamentos para empresas.

Os primeiros impactos do avanço da moeda

Após o marco do Estado Novo, o sistema financeiro nacional, que ainda utilizava o Cruzeiro, passa pela sua primeira reforma monetária com a intenção de padronizar o dinheiro em circulação e valorizar a moeda usada. O impacto das consequências políticas fica claro após o início da ditadura militar, o Cruzeiro passou por mais 5 mudanças até a implantação do Cruzeiro Real, o pontapé para o desenvolvimento do Plano Real em 1994, e que se mantém até hoje. “Todas essas mudanças tiveram seus lados bons e ruins, em muitos sentidos, mas o desenvolvimento do sistema como é hoje contribuiu para equiparar e evidenciar o país no sistema internacional”, destaca o especialista.

Além de buscar por democratização, inclusão financeira e evolução do sistema nacional, o Plano Real atuou e atua como um dos principais protagonistas na estabilização monetária do Brasil. A adesão de suas normas, medidas e estratégias amparou o país no combate à hiperinflação e a criar um ambiente estável e de maior previsibilidade econômica.

Os primeiros passos da modernização financeira

Durante todos os acontecimentos políticos que influenciaram diretamente na economia e evolução da moeda, outras tecnologias e métodos de pagamentos foram sendo criados e adotados no mercado. Na década de 1970 o país ganhou um novo meio para além das moedas com a criação do cartão com tarja magnética. Apesar de na época a novidade representar apenas 16% das movimentações de compra e venda, a tecnologia teve tanta força e importância que os cartões utilizados hoje se baseiam na mesma tecnologia. Em contrapartida, os cheques que já eram utilizados há muitas décadas no país continuaram com um grande protagonismo até meados dos anos 2000. Após isso, o mercado e as pessoas passaram por um processo natural de migração para os meios digitais, o que impactou rigorosamente no destaque dos cartões e no desuso dos cheques.

A rápida evolução das novas tecnologias

É importante mencionar também que em 1990 o e-commerce deu seus primeiros passos com lojas virtuais brasileiras, o que ajudou ainda mais na relevância dos novos modelos de pagamento. Depois disso, o Brasil entra em um looping de constante mudanças como o cartão com chip, carteiras digitais, pagamentos por aproximação, reconhecimento facial, o lançamento dos QR Codes e, claro, o Pix, que atualmente segue como o principal meio de pagamento do país. “Após a criação do Pix, entramos em uma crescente evolucional que valida a tecnologia nacional e abre portas para novas soluções também baseadas em tecnologia”, finaliza Nunes.

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