Em encontro realizado com Yuno e AMI, especialistas discutem avanços das tecnologias aplicadas a meios de pagamento e necessidade de mapeamento de exigências dos consumidores
Um avanço ainda mais intenso e acelerado da digitalização dos meios de pagamento e as oportunidades de expansão do e-commerce local para vários países— por meio dos chamados pagamentos cross border — são as principais tendências desse mercado para os próximos anos. Paralelamente, entender barreiras culturais e investir em sistemas de proteção capazes de fazer frente às ameaças de crimes cibernéticos a cada dia mais sofisticados são as melhores estratégias para o crescimento dos negócios. Estas são algumas das constatações apresentadas em discussão promovida pela Nuvei, uma das maiores fintechs de meios de pagamentos do mundo, e pela Yuno, orquestradora global de pagamentos, com a participação da consultoria de pesquisa AMI.
O encontro reuniu na semana passada clientes e parceiros em coquetel no Baleia Rooftop, para discutir oportunidades para as empresas que buscam expansão no mercado internacional e soluções para enfrentar os desafios. A discussão contou com a participação de Rafael Lavezzo, vice-presidente sênior Nuvei; Nathan Marion, General Manager da Yuno no Brasil; e com a moderação de Sullivan Rocha, analista de pesquisa da consultoria AMI.
Segundo Rafael Lavezzo, a evolução das tecnologias tem permitido que as empresas de meios de pagamento ofereçam seus serviços para plataformas de e-commerce dentro e fora de seus países de origem. Nesse contexto, diz ele, hoje é crescente o interesse de empresas globais sediadas, por exemplo, na Europa e da Ásia, pelo mercado de pagamentos da América Latina. “Para a Nuvei, particularmente, a América Latina forma um mercado estratégico, de grande relevância. Olhando os números do primeiro trimestre deste ano, a região teve um dos melhores resultados, com expansão de 68%”, destacou.
Segundo o VP da Nuvei, os sistemas de pagamento no Brasil e países em todo o mundo são diversos, com mercado de prestadores de serviços bastante pulverizado. No entanto, diz ele, as empresas que quiserem expandir atuação da América Latina para a Ásia, Europa ou EUA com plataformas de e-commerce, assim como as empresas estrangeiras que desejam desembarcar ou ampliar presença em Latam, precisam investir em sistemas parrudos de meios de pagamentos, além de entender as características de cada cultura, as aptidões de cada conjunto de consumidores.
O Pix, embora seja um sucesso no Brasil — com adesão estimada de cerca de 80% da população adulta —, não pode ser simplesmente replicado em países vizinhos, em que consumidores podem ter outras preferências de meios de pagamento na hora de pagar suas compras. Ou seja, de nada adianta “traduzir” um produto sem considerar as peculiaridades de cada país.
Outro aspecto relevante no processo de evolução dos pagamentos cross border é o comportamento dos órgãos reguladores de cada país, que sempre estão atentos à adequação dos serviços à sua estrutura legal. “Nesse sentido, é recomendável que as empresas interessadas em expandir para além de suas fronteiras contem com parceiros de negócios sediados nos mercados onde vão atuar”, avalia Lavezzo. “Investir em segurança é ainda mais importante, para evitar fraudes e ataques cibernéticos que podem causar prejuízos às empresas e seus clientes, assim como danos à imagem e reputação das plataformas de e-commerce”, conclui o VP da Nuvei para Latam.