Com patrimônio líquido acima dos R$ 600 bilhões, fundos lastreados em cartões se firmam como alternativa para credores ampliarem operações e fomentarem PMEs em busca de crédito fora dos bancos
Nos últimos meses, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) têm se destacado em meio à alta dos juros e à restrição do crédito bancário, atraindo aportes recordes e ampliando sua relevância para micro, pequenas e médias empresas (PMEs). Segundo dados da Anbima, o patrimônio líquido dos FIDCs cresceu 10% nos seis primeiros meses de 2025, atingindo R$ 687 bilhões com captação líquida de R$ 20,7 bilhões, sendo a segunda maior entre todas as classes de fundos.
Adriano Joaquim, CEO da Cartular avalia que esse crescimento representa uma grande oportunidade de acesso ao crédito estruturado. “O avanço do mercado de FIDCs mostra que há espaço para inovação no crédito estruturado. Para quem atua com PMEs, esse movimento significa acesso mais democrático ao capital e um ambiente de negócios mais dinâmico”, destaca..
Eficiência estrutural
Em um cenário de juros elevados, os FIDCs têm se mostrado um instrumento robusto e organizado, com estruturas seguras (como subordinação de cotas), governança aprimorada e isenção de “come-cotas”, o que amplia sua atratividade.
“Os investidores percebem que os FIDCs oferecem não apenas bons retornos, mas também um nível de segurança e previsibilidade que hoje é raro. Isso aumenta a confiança e fortalece todo o ecossistema”, avalia Joaquim.
Reflexos para PMEs e fomento ao crédito estruturado
Com os bancos mais seletivos e menos dispostos a expandir crédito, as PMEs têm buscado nos FIDCs uma via ágil e customizada de obtenção de recursos. As estruturas dos fundos permitem flexibilidade na consolidação de dívidas, aceitação de garantias diversas e organização de operações sob medida.
“Para o pequeno e médio empresário, o FIDC pode ser a diferença entre estagnar e crescer. É um instrumento que ajusta prazo, taxa e garantias de acordo com a realidade de cada negócio”, explica o CEO.
No universo de recebíveis de cartões, os FIDCs representam uma poderosa via de antecipação de fluxo financeiro com segurança jurídica e estrutura sólida. Para empresas que atuam com vendas parceladas, os fundos oferecem liquidez imediata, previsibilidade de caixa e taxas competitivas.
“Os FIDCs têm espaço para crescer ainda mais no segmento de recebíveis de cartões. É um canal que permite levar capital rápido e flexível às PMEs que vendem parcelado, fomentando expansão e estabilidade de caixa”, afirma Joaquim.
O crescimento exponencial dos FIDCs, tanto em patrimônio quanto em captações, demonstra que são uma alternativa viável e competitiva frente ao crédito bancário tradicional, com impactos positivos diretos na economia real e nas PMEs.
“Estamos apenas no início de um ciclo de maturidade dos FIDCs no Brasil. Quem souber se posicionar agora, principalmente no nicho de recebíveis, terá papel central no desenvolvimento das PMEs e no fortalecimento do crédito estruturado no país”, finaliza Joaquim.