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Explosão de golpes via Pix acende alerta para 2026: fraudes já causaram prejuízo de R$ 4,9 bilhões no Brasil

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Segundo levantamento da ADDP, registraram-se cerca de 28 milhões de fraudes envolvendo o Pix entre janeiro e setembro de 2024

Embora consolidado como ferramenta essencial para milhões de brasileiros, o Pix se tornou alvo de inúmeros crimes cibernéticos. De acordo com o levantamento da Associação de Defesa dos Dados Pessoais do Consumidor (ADDP), 2024 registrou cerca de 28 milhões de casos de golpes envolvendo Pix entre janeiro e setembro. O número é alarmante e reflete a escala do problema. 

Dados do Banco Central, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) em 2024 mostram que o país registrou média mensal de 390 mil notificações de fraudes, com um pico de 324.752 casos em janeiro de 2025. Cada vítima perdeu, em média, R$ 2.540, resultando em perdas totais de R$4,9 bilhões em 2024, alta de 70% em relação a 2023, quando os prejuízos somaram R$ 2,9 bilhões. Desse total, apenas 7% dos valores foram ressarcidos, o equivalente a R$459 milhões.

Para João Fraga, CEO da Paag, o crescimento acelerado das fraudes por Pix revela uma combinação perigosa de engenharia social, baixa educação digital e falhas estruturais na prevenção. “Estamos falando de golpes altamente organizados, que atuam em escala industrial e afetam diretamente a confiança no sistema financeiro. Combater esse cenário exige mais do que ressarcimento: é necessário investimento real em tecnologia antifraude, integração entre bancos e punições exemplares para quem lucra com a vulnerabilidade da população”.

Esse cenário coloca o Brasil acima da média latino-americana em fraudes digitais: de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a taxa de suspeita no primeiro semestre de 2025 foi de 3,8%, ante a média regional de 2,8%, ficando atrás apenas de países como República Dominicana (8,6%) e Nicarágua (2,9%), segundo a TransUnion.

“O Mecanismo Especial de Devolução (MED) é apenas um paliativo diante de um problema estrutural. Hoje o combate às fraudes ainda acontece, na maioria das vezes, depois que o prejuízo já foi causado. O criminoso age em segundos, enquanto os mecanismos de proteção e devolução operam de forma lenta e limitada. Sem uma mudança estrutural na forma como as transações são monitoradas, com uso intensivo de biometria, análise comportamental e bloqueio preventivo de contas suspeitas, o sistema continuará protegendo mais o fluxo financeiro do que o cidadão”, afirma o especialista.

Segundo a TransUnion, 73% dos brasileiros não conseguem identificar tentativas de fraude. Embora os relatos de vítimas tenham recuado de 40% para 27% no primeiro semestre de 2025, os golpes por telefone (vishing), com 38% dos casos, e as fraudes por Pix, com 28%, continuam liderando.

Diante disso, o especialista preparou cinco dicas de como escapar de possíveis golpes:

1. Confirme sempre a identidade antes de transferir: golpes como o do “falso parente” ou do “perfil clonado no WhatsApp” exploram o vínculo emocional das vítimas. Nunca faça um Pix sem confirmação por outro canal.

2. Desconfie de pedidos urgentes ou emocionais: expressões como “ajuda imediata”, “emergência familiar” ou “problema com corrida de aplicativo” são gatilhos comuns dos criminosos. Para idosos, vale adotar a regra familiar: nada de Pix sem dupla checagem.

3. Ignore contatos que se passam por funcionários de banco: bancos nunca solicitam senhas, códigos ou transferências por telefone ou aplicativos de mensagem. Em caso de dúvida, desligue e ligue diretamente no SAC oficial.

4. Bloqueie imediatamente desconhecidos no WhatsApp e Telegram: perfil clonado é prática recorrente. Não responda a contatos suspeitos, verifique o perfil original, denuncie e bloqueie.

5. Invista em educação digital para toda a família: como 53% das vítimas têm mais de 50 anos, a orientação é fundamental. Adote a “Regra dos 3 Cs”: Confirmar, manter a Calma e usar apenas o Canal Oficial.

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