O varejo brasileiro apresentou sinais concretos de recuperação no mês de maio, com um crescimento próximo de 1,86% no movimento de visitantes em lojas físicas em relação ao mesmo mês do ano anterior. O resultado confirma as expectativas do mercado e representa um ponto de virada após dois meses consecutivos de retração, em março (-1,02%) e abril (-0,43%), indicando uma retomada gradual da confiança do consumidor.
Os dados fazem parte do IICV Seed (Índice de Intenção de Compra no Varejo), levantamento mensal produzido pela Seed Digital, empresa especializada em análise de dados para gestão do varejo físico. O Índice cruza informações baseadas em 35 milhões de visitantes/mês em milhares de lojas por todo o Brasil.
“A melhora também reflete um ambiente de consumo mais aquecido, além de estratégias promocionais mais assertivas. E fortalece as projeções para junho, mês do Dia dos Namorados, data que tradicionalmente gera forte movimentação no comércio, com destaque para os setores de moda, beleza e serviços”, analisa o CEO da Seed Digital, Sidnei Raulino.
Sudeste se recupera e Sul mostra sua força
A Região Sudeste registrou uma recuperação significativa, com alta de 3,24% em comparação com o mesmo período de 2024, revertendo a forte queda observada no mês anterior (-5,09%). Já a Região Sul surpreendeu positivamente, alcançando crescimento de 7,28% no mês — evidenciando a solidez do varejo local e forte capacidade de recuperação.
Lojas de rua revertem resultados
Em maio, o varejo de rua apresentou sinais de recuperação, com uma alta de 3,82% no movimento de visitantes, revertendo a queda de -3,99% registrada em abril. Em contrapartida, o varejo de shopping centers sofreu uma retração de 2,32% no comparativo entre maio de 2025 e de 2024.
Além do Dia das Mães, outros fatores contribuíram para essa inversão, como as promoções mais agressivas, alavancadas pelas compras por impulso, e a melhora nas condições climáticas, com a redução das chuvas.
De acordo com Raulino, as variações sazonais de temperatura têm um papel cada vez mais estratégico nas operações do varejo. “Muito além de um fator externo, o clima pode ser um verdadeiro motor de vendas, influenciar decisões logísticas, moldar campanhas de marketing e até ditar tendências de consumo. É fundamental que os varejistas estejam atentos a essas dinâmicas climáticas e consigam se antecipar às demandas do mercado, reduzir perdas e criar experiências mais relevantes para seus consumidores”.