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Fomento ao desenvolvimento do seguro foi tema de almoço do CCS-SP

Marco Antonio Gonçalves, presidente do Conselho Consultivo do Grupo MAG / Foto: Carlos Candido / Divulgação
Marco Antonio Gonçalves, presidente do Conselho Consultivo do Grupo MAG / Foto: Carlos Candido / Divulgação

Convidado especial do evento, Marco Antonio Gonçalves apresentou temas discutidos pelo Fórum Mario Petrelli que definem o futuro do mercado de seguros

O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) recebeu em seu tradicional almoço, no dia 10 de julho, no Il Ristorante Famiglia Mancini, o presidente do Fórum Mario Petrelli e presidente do Conselho Consultivo do Grupo MAG, Marco Antonio Gonçalves. Recepcionado pelo mentor do CCS-SP, Álvaro Fonseca, e pela diretoria, ele apresentou no encontro os propósitos e iniciativas do Fórum Mario Petrelli, que foi criado para discutir e propor soluções para o fomento do mercado de seguros e resseguros.

Gonçalves contou que a ideia do fórum surgiu durante a pandemia, em um período de incertezas, quando ele e outras cinco lideranças de áreas diversas do seguro discutiam como tornar o mercado mais forte após a crise sanitária. Além dele, integram o grupo o presidente do Conselho de Administração da MAG Seguros, Nilton Molina; o CEO da MAG Seguros, Helder Molina; o ex-superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alexandre Camillo; o atual presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Armando Vergílio, e o ex-presidente da Escola de Negócios e Seguros (ENS), Robert Bittar.

“São pessoas que amam o que fazem e que desejam deixar um legado para o mercado de seguros”, disse. Segundo Gonçalves, com o passar do tempo as conversas evoluíram e o grupo decidiu que era o momento de partir para a ação, fundando, em 2021, o Fórum Mario Petrelli. O nome foi escolhido em homenagem ao empresário, falecido em 2020 aos 84 anos, que teve sua trajetória marcada por iniciativas de fomento ao seguro. Com 22 membros, atualmente, o fórum estabeleceu o limite de 30 participantes.

Além das seis lideranças que compõem o grupo original fundador do fórum, outros profissionais de destaque se tornaram membros. Gonçalves citou Boris Ber, presidente do Sincor-SP; e Gustavo Dória, fundador do CQCS, ambos presentes no almoço, o advogado Antonio Penteado Mendonça; a advogada Camila Calais, do escritório Mattos Filho; José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine Seguradora; João Elísio Ferraz de Campos, ex-presidente da CNseg e outros.

Para Gonçalves, a qualificação variada dos membros permite o debate sob diversos pontos de vista. “O propósito é debater olhando para todos os lados e também falar diretamente para a sociedade. Nós sabemos o quanto o seguro arrecada e o quanto paga de sinistros, mas a sociedade precisa saber disso”, afirmou. Ele frisou que a entidade não tem vínculos com outras instituições de seguros, não tem fins lucrativos e atua de forma apolítica. “Temos liberdade intelectual e doamos tempo e conhecimento para o desenvolvimento do mercado”, completou.

Gilberto Januário, Alexandre Camillo, Boris Ber, Álvaro Fonseca e Marco Antonio Gonçalves / Foto: Carlos Candido / Divulgação
Gilberto Januário, Alexandre Camillo, Boris Ber, Álvaro Fonseca e Marco Antonio Gonçalves / Foto: Carlos Candido / Divulgação

Temas no radar do fórum

O Fórum Mario Petrelli também marca posição sobre questões relevantes para o setor, como, por exemplo, a composição de membros do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que, atualmente, não conta com representantes da iniciativa privada. Para Gonçalves, a ausência de corretores e seguradores no órgão que define as leis gerais de seguros representa um retrocesso.

Outro tema que ele classificou como “caro” ao fórum é o PL 29/2017, que cria Lei Geral de Seguros. A decisão pelo apoio veio após discussão dos pontos principais com o idealizador da proposta, o advogado Ernesto Tzirulnik. Além de ponderar sobre a existência de poucas leis para disciplinar a atividade seguradora, Gonçalves sinalizou que também pesou na decisão o fato de a nova lei promover mais direitos ao consumidor de seguros. “Dessa forma teremos um mercado mais forte e mais pujante do que hoje”, acrescentou.

Nessa mesma linha, o Fórum Mario Petrelli também chegou ao consenso sobre Open Insurance. “Na nossa opinião é bom porque empodera o cliente”, mencionou. Já em relação ao resseguro, um dos focos da entidade, Gonçalves destacou a importância para a expansão do mercado, lembrando que, nos últimos anos, com exceção de vida e saúde, os demais ramos cresceram apenas em faturamento, e isso por causa do aumento no valor dos prêmios. “Significa que o mercado cresce, mas não se desenvolve”, ponderou.

Gonçalves afirmou, ainda, que o mercado está atrofiado por falta de capacidade de seguro e resseguro. Ele lembrou que, no passado, a substituição do seguro incêndio pelo seguro multirrisco não fez a carteira crescer como se esperava, surgindo a categoria dos “sem seguros”. Até mesmo o seguro saúde não tem aumentado sua massa, permanecendo no patamar de 50 milhões de segurados há anos. “Falta fomento. Se continuarmos assim teremos um grande problema no futuro. Temos de ser criativos e desenvolver novas coberturas”, citou.

Para o presidente do Fórum Mario Petrelli, o fomento ao mercado depende de produtos que sejam mais adequados à necessidade da sociedade. Nesse sentido, o resseguro pode ser útil, mas a aceitação de determinados riscos também depende da atitude de seguradoras. “Enquanto a seguradora culpar o ressegurador e vice-versa não teremos o fomento do mercado. O resseguro pode oferecer muito, mas as seguradoras terão de se mexer”, apontou.

Embora tenha manifestado orgulho pela iniciativa do mercado, durante a pandemia, de indenizar os sinistros de covid, risco excluído das apólices, Gonçalves também expressou tristeza pela reduzida cobertura de seguro na tragédia do Sul. “Apenas 2% das residências tinham cobertura para alagamento”, analisou. Por isso, uma sugestão do fórum, que já conta com o apoio de algumas instituições do mercado, é tornar a cobertura de alagamento obrigatória. “Se queremos uma nação forte, precisamos de mais seguros”, alertou.

Ele alertou sobre o avanço da figura do AAI – Agente Autônomo de Investimento –, que está ocupando o espaço do corretor ao comercializar previdência, seguro de vida com planejamento sucessório e outros produtos. Na sua opinião, cabe ao corretor ocupar o seu lugar e assumir a distribuição de produtos de seguridade, que inclui desde consórcio a poupança de longo prazo. O executivo encerrou sua participação no almoço com um convite ao mentor do CCS-SP, Álvaro Fonseca, para levar ao debate no fórum questões de interesse da categoria.

Álvaro Fonseca agradeceu o convite, destacando a importância de o debate contar com outras entidades, algumas, inclusive, presentes no evento. Ele lembrou que o CCS-SP reúne as principais lideranças da categoria. “Cerca de 30% dos associados são lideranças do mercado, outros 30% já exerceram essa posição e os demais, 40%, são formadores de opinião”, revelou. Gonçalves concordou. “O Clube de São Paulo é diferenciado – sem demérito aos outros -, pela qualificação dos corretores, promovendo um congraçamento importante”, finalizou.

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