Modelo de cobrança reduz filas, agiliza viagens e torna valor mais justo ao usuário
A expansão do sistema de pedágio Free Flow, que permite cobrança automática sem praças físicas, tem ganhado destaque no debate público nacional. Especificamente no estado de São Paulo, a implantação desta tecnologia enfrenta questões relacionadas a suspensões judiciais, dúvidas sobre cobrança e relatos de multas indevidas. Todo este cenário gera incertezas para os usuários, por isso, a divulgação de informações sobre a modalidade torna-se indispensável.
Entre as rodovias que utilizam o sistema Free Flow em São Paulo, é possível citar a Mogi-Bertioga, Via Dutra, Raposo Tavares, entre outras. Essas rodovias ligam São Paulo ao litoral, interior e até mesmo a outros estados e são de extrema importância tanto para viagens como para o Transporte Rodoviário de Cargas. Por isso, de acordo com o presidente da Federação das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas do Estado de São Paulo (Fetcesp), Carlos Panzan, é necessário que essas vias possuam um bom fluxo para evitar congestionamentos e economizar o tempo de viagem dos usuários. “Entendemos que o Free Flow é uma necessidade antiga do setor, principalmente para a fluidez do trânsito e também para a cobrança de acordo com a quilometragem que se roda nessas rodovias”.
Entre os principais pontos de dúvida estão a quantidade de pórticos instalados ao longo das vias e a forma como a cobrança é aplicada. A população ainda tem receio de que o pagamento possa se tornar mais caro ou pouco transparente. No entanto, a Federação reforça que o modelo, quando implementado de maneira correta, representa um avanço significativo para motoristas e empresas, especialmente porque permite uma cobrança mais justa, proporcional aos quilômetros percorridos na rodovia.
Além disso, o Free Flow elimina completamente a necessidade de paradas em praças de pedágio, o que reduz filas e melhora a fluidez, fatores essenciais para quem utiliza as estradas diariamente, seja a trabalho ou lazer. A ausência dessas interrupções também reduz o consumo de combustível e, consequentemente, as emissões de CO₂, tornando as viagens mais sustentáveis.
Apesar dos benefícios, Carlos Panzan destaca que a falta de informação clara à população é um desafio que deve ser enfrentado. “Quando se iniciou na Rio–Santos a aplicação do Free Flow, tivemos questões relacionadas a multas, apreensões e reclamações. O que precisamos, realmente, é de esclarecimento. Se não houver ampla divulgação, teremos esses desafios novamente”, reforça o presidente.
A Fetcesp tem atuado diretamente para aprimorar a implantação da tecnologia em São Paulo. Nos últimos meses, a entidade promoveu eventos com especialistas, reuniu-se com o governo estadual e recebeu o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para debater melhorias no sistema. Um dos pontos defendidos pela Federação é a necessidade de reduzir o custo das tags, ampliando a adesão dos usuários e garantindo maior eficiência ao modelo. “Se quisermos mais fluidez e menos problemas, é fundamental que o Estado, concessionárias e empresas de pagamento eletrônico discutam juntos formas de baratear essa mensalidade”, afirma Panzan.
Para a entidade, o Free Flow representa uma modernização natural e necessária, semelhante à evolução vivida com as concessões rodoviárias no estado nos últimos anos. Entretanto, seu sucesso depende diretamente da comunicação com a sociedade. Segundo Panzan, é necessário que prefeituras, concessionárias e órgãos reguladores expliquem de forma acessível como funciona a cobrança, quais são os benefícios e como os motoristas devem proceder para evitar transtornos. “Tecnologias como o Free Flow são positivas, trazem mais segurança, eficiência e justiça tarifária, mas só alcançarão seu potencial pleno quando a população estiver devidamente orientada”, finaliza.
