Bradesco Seguros

Fundos fechados de previdência atingem R$ 1,3 trilhão em ativos no primeiro semestre de 2024

Jarbas Antonio de Biagi, presidente da Abrapp / Foto: Divulgação
Jarbas Antonio de Biagi, presidente da Abrapp / Foto: Divulgação

Balanço divulgado pela Abrapp mostra crescimento de 34% no patrimônio de Planos Família no período

Os ativos das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs) atingiram R$ 1,3 trilhão, ou 11,4% do PIB brasileiro, ao final do primeiro semestre de 2024, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (9) pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Quanto à participação, o sistema conta com mais de 3 milhões de participantes ativos, 4,1 milhões de dependentes e 867 mil assistidos. 

Os Planos Família, modalidade que vem ganhando adesão, já somam mais de 132 mil participantes e R$ 2,1 bilhões em ativos no mês de junho. Em comparação com igual mês do ano passado (R$ 1,6 bilhão), houve um crescimento 34% em patrimônio. 

“A iniciativa das EFPCs em expandir o acesso por meio dos Planos Família tem sido fundamental para democratizar a previdência complementar no Brasil. Estamos não apenas garantindo a sustentabilidade financeira dessas entidades, mas também proporcionando a mais brasileiros a oportunidade de construir um futuro mais seguro. Nosso compromisso é continuar inovando e ampliando essas soluções, para que cada vez mais famílias possam se beneficiar dessa proteção de longo prazo”, afirma Jarbas Antonio de Biagi, presidente da Abrapp.

No primeiro semestre de 2024, a carteira das EFPCs como um todo registrou um retorno de 2,83%. A Renda Fixa, que compõe 81,4% da carteira, apresentou um desempenho positivo de 3,84%. Em contrapartida, a Renda Variável, representando 10,4% dos ativos, teve uma queda de -5,52%, refletindo a volatilidade e os desafios enfrentados nesse período.

Divulgação
Divulgação

Os planos de Contribuição Definida (CD) registraram rentabilidade de 3,38% no período, seguidos pelos planos de Contribuição Variável (CV) com 2,86% e Benefício Definido (BD) com 2,60%. 

Em junho, o cenário de investimento foi desafiador, especialmente na Renda Fixa, que teve retorno negativo de 0,59%. A alocação nesse segmento representou 81,4% dos ativos em junho, refletindo sua importância na estratégia das EFPCs. A Renda Variável, com alocação de 10,4% dos recursos, registrou um retorno de 0,68%.

“Desde 2005, as EFPCs alcançaram uma rentabilidade acumulada de 804,21%, superando a Taxa Mínima Atuarial (TMA) de 767,98%, o que reforça a robustez e a sustentabilidade do sistema ao longo do tempo. Isso demonstra a resiliência e a capacidade do setor em proporcionar retornos consistentes aos participantes, mesmo em meio a períodos de volatilidade”, afirma Biagi.

Além disso, o número total de planos aumentou de 1.101 em 2014 para 1.175 em 2024, impulsionado principalmente pelos planos de CD, que passaram de 413 para 525. “Esse cenário mostra uma preferência crescente por modalidades de contribuição mais flexíveis, como os planos CD, em linha com as mudanças no mercado previdenciário e nas necessidades dos participantes”, reforça.

Contexto macroeconômico

O mercado financeiro brasileiro em junho permaneceu volátil, com crescente percepção de risco, refletida principalmente no câmbio e nos juros futuros. O dólar à vista chegou a R$ 5,56, uma valorização de 6% em relação a maio, pressionando também a curva de juros. O contrato de DI para vencimento em um ano subiu para 11,15%, enquanto os vencimentos de cinco e dez anos fecharam em 12,30%, ante 10,55% e 11,65% no mês anterior.

O Ibovespa, apesar de uma leve recuperação de 1,48% em junho, apresentou queda acumulada de 7,66% no ano, o pior desempenho semestral desde o início da pandemia. Já os índices IMA-B tiveram resultados mistos: o IMA-B 5 valorizou 0,39% no mês, acumulando alta de 3,33% no ano, enquanto o IMA-B 5+ recuou 2,25%, acumulando queda de 5,04% no mesmo período.

“Esses fatores criaram um ambiente desafiador para os fundos de pensão, destacando ainda mais a importância de uma gestão ativa e eficiente das carteiras de investimento. Em um cenário econômico volátil, a habilidade de ajustar estratégias rapidamente e diversificar os ativos é essencial para garantir a rentabilidade e a segurança dos planos previdenciários”, afirma o presidente da Abrapp.

Projeções de rentabilidade das EFPCs

Para as projeções de rentabilidade das EFPCs para 2024, a Abrapp apresentou três cenários com base nas premissas econômicas atuais.

  • Cenário I: Projeta uma rentabilidade da carteira de 6,73%, com a Renda Fixa apresentando um retorno de 9,52% e a Renda Variável, uma perda de 11,85%. O retorno de “Outros” é estimado em 6,23%. A Taxa de Juros Padrão (TJP) foi estabelecida em 8,66%.
  • Cenário II: Neste cenário, a rentabilidade da carteira chega a 9,70%, com a Renda Variável mostrando uma recuperação para 10,57%, enquanto a Renda Fixa mantém o mesmo retorno de 9,52%. O segmento de “Outros” continua com 6,23%, e a TJP permanece em 8,66%.
  • Cenário III: Considerado o mais otimista, a rentabilidade total da carteira atinge 10,85%, com destaque para a Renda Variável que projeta um ganho de 19,26%. A Renda Fixa e os “Outros” permanecem com os mesmos percentuais de retorno dos cenários anteriores, respectivamente 9,52% e 6,23%, e a TJP também se mantém estável em 8,66%.
Divulgação
Divulgação

Certificação e profissionalização

Desde 2014, a Universidade Corporativa da Previdência Complementar (UniAbrapp) tem se consolidado como referência em educação no setor, atingindo resultados significativos. Foram mais de 35 mil participações em cursos realizados em todo o Brasil, com mais de 13 mil inscrições em cursos a distância e uma oferta de mais de 1 mil cursos na grade, tanto na modalidade presencial quanto a distância. Além disso, mais de 1 mil profissionais foram habilitados pelo Instituto de Certificação Institucional e dos Profissionais de Seguridade Social (ICSS), por meio da certificação por prova na modalidade capacitação. 

A UniAbrapp também realizou mais de 165 projetos In Company, focados na capacitação de entidades fechadas de previdência. No âmbito acadêmico, foram ofertadas 11 turmas de MBA, com 8 delas já concluídas, além da organização de 5 seminários internacionais e 3 fóruns de contabilidade em parceria com a Associação Nacional dos Contabilistas das Entidades de Previdência (ANCEP). A qualidade dos cursos oferecidos foi amplamente reconhecida, alcançando uma avaliação média de 4,7 em 2024, numa escala máxima de 5.

O ICSS também tem cumprido um papel essencial na certificação de profissionais com ênfase em Administração e Investimentos. De 2010 a 2024, foram concedidas mais de 10 mil certificações, além de 7,5 mil recertificações no mesmo período. No que diz respeito às certificações por experiência, mais de 7,2 mil foram concedidas, sendo que desde novembro de 2023, mais de 400 inscrições foram realizadas na nova modalidade de certificação por experiência. Desse total, mais de 270 entrevistas já foram conduzidas pela banca examinadora, reforçando o compromisso com a qualidade e capacitação dos profissionais do setor.

“As iniciativas que estamos promovendo têm um impacto direto e significativo, tanto para o setor de previdência complementar quanto para a população em geral. Elas são essenciais para garantir a qualificação contínua dos profissionais, o que, por sua vez, fortalece a gestão eficiente dos fundos de pensão e, consequentemente, assegura melhores resultados para os participantes e assistidos. Ao ampliar o acesso à educação especializada e fomentar a certificação de excelência, estamos contribuindo para a sustentabilidade do sistema de previdência complementar no Brasil e para a construção de uma sociedade mais preparada para lidar com os desafios da aposentadoria”, ressalta o presidente da Abrapp.

Total
0
Shares
Anterior
B3 adota Indicador do Boi DATAGRO para liquidar contratos futuros de pecuária
Foto: Divulgação/ B3

B3 adota Indicador do Boi DATAGRO para liquidar contratos futuros de pecuária

Novo indicador conta com milhares de pecuaristas cadastrados, incluindo os

Próximo
Delta Global, investida da RV, passa a fazer parte da Randoncorp
Delta Global, investida da RV, passa a fazer parte da Randoncorp / Foto: Divulgação

Delta Global, investida da RV, passa a fazer parte da Randoncorp

Negociação, anunciada nesta terça-feira, 08 de outubro, ainda depende de

Veja também