Estudo inédito realizado pela B3 e pela Neoway calculou a rentabilidade dos proventos distribuídos no ano passado em relação aos preços das respectivas cotas
Os Fundos Imobiliários de Lajes Corporativas registraram o maior dividend yield em 2024, com pagamento médio de 14,21%, seguidos dos FIIs de Papel (Títulos de Valores Mobiliários), com 13,09%, e pelos de Hotel, com 13,00%. Dividend yield é um indicador fruto da rentabilidade dos proventos distribuídos por todos os fundos ativos na B3 em relação aos preços de suas cotas. Os tipos Híbrido (12,25%), Outros (12,14%), Logística (10,55%) e Residencial (10,13%) também obtiveram rendimentos significativos em 2024.
As informações são de um estudo inédito realizado com dados da B3, a bolsa do Brasil, juntamente com a Neoway, uma marca da B3.
Os fundos imobiliários de lajes corporativas têm mostrado bom desempenho impulsionados pela recuperação do mercado de imóveis comerciais adaptados a novas demandas empresariais. Na sequência, os fundos de papel também têm se destacado beneficiados pelo impacto da alta de juros, que tem favorecido ativos atrelados à renda fixa.
Diego Araujo, head de Mercado de Capitais na Neoway. reforça a relevância de dados que aprofundam as análises no mercado de capitais. “O mercado de capitais brasileiro se sofisticou nos últimos anos e tem à disposição dados e tecnologias para entendimento de cenários. A tendência mundial aponta para o fortalecimento das bolsas nesta frente, e aqui no Brasil estamos atentos a esse movimento. Como fornecedores oficiais de dados do mercado de capitais, B3 e Neoway contribuem para dar visibilidade ao setor financeiro em detalhes, com precisão e credibilidade”, diz.
Ao relacionar a distribuição de proventos com os preços das cotas, o chamado dividend yield permite uma avaliação mais precisa do retorno proporcionado pelos fundos em relação ao seu valor de mercado. Ainda assim, a distribuição de um alto valor de provento por cota não necessariamente gera um yield médio anual alto.
Entre os fatores que motivaram o resultado apurado, estão o desempenho excepcional de ativos específicos em cada categoria, contribuindo para puxar a média de distribuição de rendimentos para cima; a gestão eficiente dos instrumentos a partir de estratégias bem-sucedidas de redução de custos; e aspectos extraordinários, como a venda de grandes ativos ou ganhos pontuais acima do esperado.
Os FIIs que mais se destacaram
O HGPO11 (Lajes Corporativas) registrou o maior dividend yield médio em 2024, com 115,9%, cujo desempenho foi impulsionado por eventos extraordinários, como a venda de ativos relevantes. Esse tipo de distribuição pontual eleva temporariamente o retorno, mas não representa a média recorrente do fundo, que historicamente gira em torno de 12% a 13% ao ano.
Na sequência, estão RBVO11 (Lajes Corporativas), com 45,1%; PLRI11 (Títulos e Valores Mobiliários), com 44%; IDGR11 (Híbrido), com 34,6% e SPTW11 (Híbrido), com 32,4%.
Quando analisados os FIIs que apresentaram as maiores valorizações reais em 2024 – cálculo que considera tanto o yield quanto a valorização da cota -, os principais destaques foram: HGPO11 (139,6%); PLRI11 (116,6%); BRIP11 (75,4%); RBVO11 (62,5%); e BRIM11 (57,9%).
Sobre a metodologia do estudo
O estudo considerou dividendos, juros sobre capital próprio e rendimento como proventos distribuídos ao longo de todo o ano de 2024 de acordo com as respectivas datas de pagamentos.
Para o cálculo do dividend yield anual e valorização das cotas, foram considerados o primeiro e o último preço de fechamento ajustados a eventos corporativos de cada ticker do ano de 2024.
Os valores das cotações utilizadas no cálculo do indicador do dividend yield foram ajustados a eventos corporativos, como desdobramentos, agrupamentos e distribuição de rendimentos extraordinários. Como se trata de transferência de patrimônio, e não de rendimento, amortizações não foram consideradas.
A setorização dos FIIs segue em linha com a segmentação ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capital).