Com metodologia que une educação financeira e jogos, a Investeendo cedeu 30% das operações para Sérgio Zimerman, fundador e CEO da Petz
No próximo dia 22 de setembro será lançada uma nova temporada do reality pioneiro de empreendedorismo, o Shark Tank Brasil. Um ano após a participação na 9ª edição, a Investeendo, startup paranaense que ensina educação financeira por meio da gamificação, dobrou o faturamento. Durante o programa, um “tubarão” gostou da proposta da startup, que garantiu um aporte de 150 mil reais e cedeu 15% de sua participação societária. O reality é uma coprodução entre a produtora Floresta e a Sony Pictures Television, vai ao ar pela Sony Channel e está disponível no YouTube.
“O principal fator que chamou a atenção, foi a postura e o olhar empreendedor, além do propósito do negócio, que leva o ensino de educação financeira e empreendedorismo para crianças, sobretudo de escolas públicas. Isso é algo que eu tenho fortíssima convicção que faz a diferença na sociedade, e eu queria investir numa empresa que criasse valor”, afirma Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz.
A Investeendo ensina educação financeira por meio de uma metodologia inclusiva baseada em jogos analógicos e aplicativos em totens digitais e tablets. Nas escolas e instituições de ensino, os alunos ganham um cartão personalizado e podem acessar a plataforma, realizar transações financeiras, verificar as notícias e ganhar moedas fictícias com a realização de missões. A partir do saldo, é possível trocar por itens físicos ou benefícios disponíveis na “lojinha” e estabelecidos pelos professores e equipe de coordenação.
Durante o episódio, quatro dos cincos tubarões mostraram interesse na startup. “Eu assisto o reality desde a primeira temporada, antes mesmo de me tornar empreendedor. Sempre sonhei em participar e levar a minha ideia para o Shark Tank e, quando aconteceu, foi uma oportunidade que não poderíamos deixar passar. O programa transmitido é exatamente o das gravações, não temos contato e eles não sabem as iniciativas antes das apresentações, é apenas aquele momento que temos para convencer”, conta Sam Adam Hoffmann, cofundador e CEO da Investeendo.
Número de jovens impactos chegou a 2 mil
Além da duplicação no faturamento, o número de jovens impactados anualmente passou de 700 para mais de 2 mil. Internamente, a equipe também cresceu e aumentou para 16 profissionais — durante o programa eram apenas os fundadores. “Nossa profissionalização também subiu. Como periodicamente temos que reportar, nosso grau de exigência aumentou e estamos muito mais preparados do que na época do programa. Para nós, como pessoa física, foi quase como um MBA particular ter o Sérgio como sócio”, destaca Sam.
Sam conta que a interação com o sócio alcançou níveis que a equipe não esperava. “A relação com o Sérgio é muito boa e bem mais próxima do que imaginamos que seria. Ele é super acessível e tem sido não só um mentor, mas está ajudando a abrir portas que estavam fechadas”. O CEO da Petz participa ativamente da startup, seja apoiando de forma on-line ou encontros presenciais.
Do outro lado da parceria, os comentários também são positivos. “Eu entendo que esse primeiro ano de aporte, foi sobretudo, para estruturar. São várias coisas que ainda estão em andamento, então acho que está dentro do esperado para uma startup que precisa criar bases boas para poder expandir de forma sustentável. Eu tenho certeza que jovens que têm acesso à educação financeira levam muita vantagem comparado a jovens que não tiveram esse conhecimento”, comenta Sérgio.
Impacto e expansão
Os números alcançados após o reality show mostram a estruturação do trabalho da Investeendo que, desde então, fechou parcerias com empresas — alcançando cerca de 800 crianças em São Paulo (SP) —, escolas e até com a Secretaria de Educação do Paraná. Em 2025, a startup lançou a Copa Investeendo de Educação Financeira, uma dinâmica que aconteceu em um colégio público e possibilitou que mais de 100 estudantes de 15 a 17 anos competissem entre si enquanto aprendiam sobre investimento e mercado de ações.
A Páscoa foi outro momento de aprender educação financeira e empreendedorismo. Com o apoio de parceiros e patrocinadores, foi possível levar uma ação para uma comunidade em situação de vulnerabilidade em Curitiba (PR). Na ocasião, cerca de 50 crianças participaram de um jogo de tabuleiro, conquistaram moedas fictícias e puderam trocar por chocolates. “As ações, na maioria das vezes, é apenas a doação de chocolates, mas queríamos que eles aprendessem algo novo e que seria benéfico no futuro”, explica Sam.
Para o futuro, os planos dos sócios, Sam, Sérgio, Vanessa Matos e Mariana Matos, são de alcançar 100 mil alunos até 2027 e aumentar a atuação pelo Brasil, levando a educação financeira para crianças e adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social.