Christian Wellisch, CEO da Globus Seguros, compartilhou o crescimento expressivo e as inovações estratégicas que a corretora tem implementado
Em entrevista exclusiva, Christian Wellisch, CEO da Globus Seguros, compartilhou o crescimento expressivo e as inovações estratégicas que a corretora tem implementado. Com mais de 500 clientes corporativos e 6.000 clientes individuais, a Globus oferece um portfólio diversificado com mais de 40 modalidades de seguros. Além das opções tradicionais como seguro saúde e frota, a empresa se destaca em seguros especializados, incluindo D&O, garantias judiciais e erros e omissões (E&O).
Segundo Christian, a Globus se posiciona como uma “one-stop-shop” para seguros, atendendo empresas e indivíduos com soluções personalizadas. A área de estruturas patrimoniais é um exemplo desse diferencial, onde o seguro de vida é tratado como ferramenta de planejamento financeiro. “Não vemos apenas o seguro de vida como proteção, mas como uma alavanca para blindagem patrimonial e sucessão”, explicou o CEO. A média de prêmio anual por apólice na Globus gira em torno de R$ 32 mil, valor muito superior ao de produtos tradicionais.
Crescimento recorde em 2024
O ano de 2024 tem sido excepcional para a Globus, com um crescimento médio de 64% mês a mês. Christian destacou que o primeiro trimestre registrou um avanço de 63%, seguido por um salto de 67% em abril, quando comparado ao mesmo período de 2023. “Estamos vivendo um ano histórico, superando metas mês após mês”, comentou.
Essa expansão é atribuída ao modelo híbrido da corretora, que integra operações B2C e B2B. No modelo B2B, a Globus se destaca pela parceria com gestores de investimentos que distribuem seguros por meio da corretora. “Esse canal de distribuição é uma das chaves do nosso sucesso”, complementou Christian Wellisch, ressaltando que toda a colocação dos seguros é feita internamente pela Globus para garantir conformidade regulatória.
Expansão e inovação com modelo de ‘Broker Service’
Nos últimos 18 meses, a Globus ampliou sua operação ao criar um ecossistema com nove corretoras que utilizam sua infraestrutura de middle e back office como um hub de soluções. Essa abordagem fortalece a operação e cria sinergias para aumentar a eficiência e qualidade dos serviços. “Nos posicionamos como um broker service, oferecendo toda a retaguarda necessária para que outras corretoras possam operar com mais eficiência”, afirmou Christian Wellisch.
Além disso, a empresa adotou uma estratégia inovadora de financiamento por meio de crowdfunding. Em 2021, a Globus captou investimentos de 117 investidores, permitindo maior governança e alinhamento com as exigências da CVM. “Fugimos do modelo tradicional de fusões entre corretoras para buscar escala. Nosso foco foi desenvolver uma solução inovadora com governança e transparência”, compartilhou Christian.
Visão estratégica para o mercado
Ao comentar sobre as perspectivas econômicas, Christian destacou que é essencial buscar oportunidades independentemente dos indicadores econômicos. “Há sempre quem reclame e quem venda lenços. Nós preferimos buscar soluções e inovar todos os dias para atender melhor nossos clientes”, apontou. Um exemplo recente foi a criação de uma solução de seguro para motoristas de Uber, após uma insurtech não conseguir entregar o serviço esperado ao cliente.
Seguro como ferramenta de reequilíbrio econômico
Um dos principais desafios enfrentados pelo setor de seguros no Brasil é a percepção equivocada de que se trata apenas de um custo. “No Brasil, olhamos para seguros como uma despesa, mas não é bem assim”, analisou o executivo. Ele lembrou que o setor teve um papel fundamental durante a pandemia de COVID-19, quando foram injetados quase R$ 7 bilhões na economia por meio de indenizações. Esse montante auxiliou no reequilíbrio econômico de famílias que perderam seus provedores financeiros, evidenciando a importância social do mercado de seguros.
Evolução profissional no setor de seguros
O executivo também traçou uma linha histórica de aprendizado e transformação profissional. Christian Wellisch começou sua trajetória na Angra Seguros, adquirida pela Aon, e passou por experiências em corretoras e seguradoras. Essa jornada proporcionou uma visão completa do mercado: “Quando você é corretor, joga pedras. Na seguradora, você aprende a tomar pedradas”, demonstrou. Sua experiência prática com pequenos e médios corretores e sua atuação como segurador ajudaram a moldar sua perspectiva e visão de negócios.
Inovações e desafios no mercado de seguros
Em 2013, ele e seu sócio identificaram a necessidade de inovar em um mercado tradicional. “A sinergia entre investimentos e seguros trouxeram novas oportunidades de crescimento”, ponderou Christian, ressaltando a importância de estratégias inovadoras na distribuição.
Superação e resiliência empresarial
Como muitos empreendedores, o executivo passou por momentos desafiadores. No entanto, ele enfatiza que essas adversidades fazem parte da trajetória empresarial: “Todo empreendedor já sofreu muito e é nessas horas que aprendemos”. Durante a pandemia, por exemplo, a empresa se reorganizou, tornando-se rentável e geradora de caixa, o que permitiu novas rodadas de investimento e a criação de um conselho consultivo com especialistas de diversos setores.
Importância do canal corretor e a complexidade da comunicação
Apesar do crescimento das insurtechs, o executivo destaca que o canal tradicional dos corretores continua sendo essencial, especialmente por questões regulatórias. “Seguro no Brasil é vendido pelo corretor e a linguagem do seguro não é fácil”, mencionou. Segundo Christian, a falta de compreensão sobre os termos técnicos das apólices pode gerar frustrações nos clientes, especialmente na hora do sinistro. “A percepção negativa do seguro não é sobre o produto em si, mas sobre a dificuldade na comunicação e entendimento”, diagnosticou.
Com uma visão de longo prazo e foco em excelência, a Globus Seguros segue crescendo e inovando, posicionando-se como referência no mercado segurador brasileiro. “Acreditamos que sempre há alguém fazendo melhor. Nosso desafio diário é ser um pouco melhores do que fomos ontem”, concluiu Christian Wellisch.