Corretor pode ser peça-chave para proteger o cliente de cobranças falsas e manipulações digitais
Com a popularização dos meios digitais, cresce também a incidência de mensagens enganosas que utilizam o nome de seguradoras para aplicar golpes. Os criminosos se aproveitam da confiança e autoridade que o nome das seguradoras carregam para enviar boletos falsos ou simular negociações de parcelas em atraso. Para o corretor, é fundamental assumir o papel de orientador e manter seus clientes informados e atentos.
“Essas mensagens chegam aos segurados utilizando, de maneira maliciosa, o nome de seguradoras. Isso significa que os golpistas conseguem acesso a dados dos segurados e informações que levam à abordagem inicial: a negociação de uma parcela pendente, por exemplo”, explica Sandro Ribeiro, sócio-fundador e diretor de tecnologia e operações da Lojacorr.
Esses golpes se baseiam em engenharia social, uma técnica que explora a urgência, a confiança e a emoção do segurado. “Pelo senso de urgência em receber o dinheiro rapidamente, os meios de pagamento mais comuns são boletos falsos e Pix, mas o golpe pode ir além e manipular o segurado para passar outros dados bancários, elevando a perda financeira a valores muito mais altos”, alerta Ribeiro.
Os golpes de WhatsApp são mais populares, mas qualquer meio de comunicação pode carregar uma mensagem mal-intencionada. “Assim como a engenharia social utiliza a facilidade e disseminação do WhatsApp, esse tipo de golpe pode usar qualquer outro meio de comunicação, como e-mails e telefonemas. O WhatsApp é apenas a plataforma mais comum e presente na palma da mão das pessoas”, pondera Luiz Longobardi Jr., diretor de mercado e distribuição da Lojacorr.
Por e-mail, por exemplo, o nome do remetente pode vir indicando que é uma seguradora, mas o endereço é o que vai sinalizar que aquela comunicação não é oficial e se trata de um golpe. Por telefone, a pessoa que realiza a chamada pode informar ser de uma seguradora e tentar conseguir dados para o golpe financeiro ou buscar essa abordagem de benefício e negociação de parcela, por exemplo, oferecendo enviar o boleto falso por outro meio, como WhatsApp ou e-mail.
Além dos meios de pagamento, os golpistas também podem enviar links suspeitos, que instalam programas maliciosos no computador ou celular. O spyware, por exemplo, infecta os dispositivos e coleta senhas e dados bancários, enviando-os a terceiros sem consentimento. Na linguagem da segurança da informação, o golpe de roubo de dados é conhecido como phishing.
Para evitar que o segurado seja prejudicado, é essencial orientar de forma clara e contínua. “Sempre que o assunto for pagamento, o segurado deve confirmar com seu corretor se a cobrança é legítima. O contato direto com a corretora evita muitos prejuízos”, destaca Gabriela Becker Giovannini, gerente de controles internos da Lojacorr.
Como ficar alerta e cuidar do seu segurado
- A seguradora não faz cobrança por WhatsApp;
- Oriente o cliente a verificar se o CNPJ e o nome da seguradora no boleto são os mesmos de pagamentos anteriores;
- Peça atenção a erros ortográficos, rasuras ou mudanças sutis nos boletos e e-mails;
- Reforce que o domínio de e-mail oficial deve ser conferido após o “@”;
- Evite que o cliente clique em links ou abra anexos de origem duvidosa;
- Desencoraje o uso de arquivos com extensões como .exe, .bat ou .vbs;
- Reforce que senhas e dados bancários não devem ser compartilhados;
- Alerta: mensagens com tom urgente ou que prometem vantagens imediatas devem ser tratadas com cautela;
- Sugira que o acesso ao site da seguradora seja feito digitando o endereço diretamente no navegador;
- Em qualquer dúvida, o segurado deve procurar você, corretor, ou os canais oficiais da seguradora.
Com o avanço das tecnologias e das tentativas de golpe, a relação entre corretor e segurado se fortalece na base da confiança. Manter o cliente bem informado, com comunicação clara e preventiva, é o melhor caminho para preservar a tranquilidade e a segurança no uso de seguros.
“Estar em contato com o corretor é a melhor forma de garantir a autenticidade de uma cobrança e de qualquer comunicação relacionada ao seguro. A confiança nessa relação é um escudo contra golpes”, destaca Gabriela.