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Golpes corporativos: entre a mente humana e a segurança digital

Divulgação Dennis Brach, country manager da WatchGuard Brasil.
Divulgação Dennis Brach, country manager da WatchGuard Brasil.

Confira artigo de Dennis Brach, country manager da WatchGuard Brasil

A segurança cibernética nas empresas já não se resume a firewalls e antivírus. O risco real, hoje, não está apenas nos sistemas, mas nas pessoas que os operam. Segundo um relatório do WatchGuard Threat Lab de 2024, 78% dos malwares chegaram às empresas via e-mails de phishing ou downloads enganosos (explorando decisões humanas).

O golpe começa na emoção

Os hackers nem sempre precisam quebrar sistemas complexos para nos enganar. Muitas vezes, eles só exploram nossos sentimentos, nos levando a tomar decisões impulsivas. Medo, pressa, confiança em figuras de autoridade, promessas de recompensa ou até mesmo nossa curiosidade — esses são os truques por trás da maioria dos golpes online.

Um caso envolvendo uma grande empresa de energia demonstrou como ataques bem-orquestrados podem explorar hierarquias organizacionais e dinâmicas de poder. O golpe começou com uma mensagem aparentemente inócua direcionada a um assistente administrativo, usando linguagem que imitava perfeitamente o estilo de comunicação do CEO.

No ambiente de trabalho, esses golpes se aproveitam de três fraquezas comuns: o nosso hábito de obedecer a figuras de autoridade, o medo de errar sob pressão e a vontade de agilizar processos burocráticos. Juntos, esses fatores criam o cenário ideal para que ataques aconteçam.

Como proteger sua equipe: o ponto-chave são as pessoas

A tecnologia sozinha não resolve. É preciso preparar as equipes para reconhecer e evitar armadilhas. Algumas práticas fazem a diferença:

  • Reconhecer gatilhos emocionais – Ansiedade, urgência e curiosidade em excesso podem indicar tentativas de manipulação.
  • Aplicar o método SIFT – Pare, investigue a origem, busque informações confiáveis e rastreie a fonte antes de tomar qualquer ação.
  • Valorizar a pausa – Estimular uma cultura que permita refletir antes de agir ajuda a evitar decisões impulsivas.
  • Apoiar-se na tecnologia – Filtros de e-mail e ferramentas de monitoramento de comportamento reduzem o impacto quando um erro acontece.

Segurança não é só defesa: é estratégia

O cenário atual exige mais do que respostas rápidas. Organizações atentas estão repensando suas abordagens, trocando modelos reativos por estratégias que integram tecnologia e comportamento humano.

Simulações de ataques adaptadas a diferentes níveis da empresa, validações por múltiplos canais em operações sensíveis e sistemas de monitoramento mais inteligentes são exemplos dessa evolução. Mas o grande diferencial está na união entre especialistas em cibersegurança e profissionais com conhecimento em comportamento organizacional.

Essa visão integrada entende que resiliência digital depende tanto da tecnologia quanto da forma como as pessoas tomam decisões em momentos críticos. Empresas que lideram nesse aspecto mostram que a segurança vai além de evitar ameaças: trata-se de construir uma cultura consciente e preparada.

A proteção mais eficaz nasce justamente dessa combinação, tecnologia de ponta aliada à compreensão profunda da natureza humana.

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