O Greenpeace Brasil manifestou forte preocupação após o Ibama emitir, nesta segunda-feira (20), a licença que autoriza a Petrobras a perfurar um poço exploratório de petróleo na Foz do Amazonas. Para a organização ambiental, a decisão representa um retrocesso no compromisso do país com a agenda climática global.
De acordo com Mariana Andrade, coordenadora da frente de Oceanos do Greenpeace Brasil, a medida vai na contramão do discurso sustentável que o Brasil tem defendido internacionalmente, especialmente às vésperas da COP 30, que será sediada em Belém (PA). “Às vésperas da COP 30, o Brasil se veste de verde no palco internacional, mas se mancha de óleo na própria casa. Enquanto o mundo se volta para a Amazônia em busca de soluções para a crise climática, vemos o Ibama conceder licença para que a Petrobras abra um poço de petróleo em pleno coração do planeta”, afirmou Andrade.
A coordenadora reforçou que, em um contexto de emergência climática, a abertura de novas fronteiras de exploração de petróleo contraria os compromissos de transição energética e aprofunda um modelo econômico que perpetua desigualdades e impactos socioambientais. “Não há transição energética possível quando o alicerce é destruição. A decisão de abrir uma nova fronteira exploratória na Foz do Amazonas revela uma lógica de lucro que perpetua desigualdades. A Petrobras tem condições de direcionar seus esforços para uma estratégia verdadeiramente voltada à descarbonização e de contribuir de forma coerente com compromissos climáticos assumidos pelo Brasil”, completou.
Fundado em 1992, o Greenpeace Brasil atua há mais de 30 anos na defesa do meio ambiente, denunciando governos e empresas que incentivam a destruição das florestas e promovendo ações em prol de um futuro mais verde, justo e sustentável.