Fábio Andrade, economista e professor do curso de Relações Internacionais da ESPM, analisa troca no comando da estatal
O presidente Lula destituiu Jean Paul Prates da presidência da Petrobras nesta terça-feira, 14. Com a mudança, a empresa de capital misto chega à sexta troca de presidência em um intervalo de três anos. Segundo Fábio Andrade, economista e professor do curso de Relações Internacionais da ESPM, a sexta troca em curto tempo demonstra muita volatilidade na gestão da Petrobras. “Seja um governo de direita ou esquerda, isso mostra um alto grau de ingerência da empresa”.
O economista acredita que a mudança não impactará no preço dos combustíveis, o que pode agradar a população, mas avalia os efeitos nas ações da empresa de capital misto e os riscos na construção de um histórico de inconstância. De fato, após o anúncio do governo, a Petrobras sofreu uma queda nos ADRs (American Depositary Receipts), recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York, que representam a propriedade de ações de empresas estrangeiras. “À medida que diferentes governos vão mexendo na Petrobras, nasce um histórico que impacta na avaliação de riscos de potenciais investidores no Brasil”, diz Andrade. “Uma empresa que deseja montar um plano de negócios no país vai levar um intervalo de pelo menos 10 anos para avaliar os riscos de uma recuperação de ativos ou mesmo uma intervenção governamental”.