Estudo indica que carisma, humildade e autoconsciência impulsionam a ascensão e ajudam a manter profissionais no topo
Enquanto alguns profissionais avançam rapidamente na carreira, outros, igualmente talentosos, parecem estagnar. A diferença nem sempre está no desempenho técnico ou nos resultados. Muitas vezes, o que pesa é algo mais subjetivo: a forma como os outros percebem e vivenciam o trabalho ao seu lado.
Ser promovido não depende apenas do que você entrega — mas também de como lidera, colabora e se adapta. Embora as habilidades técnicas sejam importantes, traços comportamentais e de personalidade podem ter impacto ainda maior do que o que aparece no currículo.
Insights da Hogan Assessments mostram que determinados padrões de comportamento estão fortemente associados a maiores chances de promoção. Ao mesmo tempo, revelam que as mesmas características que impulsionam ascensões rápidas nem sempre garantem sucesso sustentável em cargos de liderança — que geralmente exige um conjunto diferente de qualidades.
Líder global em ciência da personalidade no ambiente de trabalho, a Hogan utiliza décadas de pesquisa e experiência em psicologia para ajudar algumas das maiores organizações do mundo a compreender os fatores que influenciam o comportamento profissional, o potencial de liderança e o sucesso a longo prazo.
O Poder do Carisma (e seus riscos)
À primeira vista, quem é promovido rapidamente costuma parecer um líder nato: confiante, articulado e socialmente habilidoso. Dados da Hogan indicam que altas pontuações em seus questionários em traços de personalidade como Ousadia, Criatividade e Entusiasmo, chamam a atenção de decisores logo no início da carreira. Essas pessoas se destacam. Sabem apresentar ideias e projetar confiança — ainda que, às vezes, a substância não acompanhe o estilo.
Embora essas qualidades acelerem promoções, há riscos. O Dr. Ryne Sherman, Chief Science Officer da Hogan, alerta: “Sem humildade e autoconhecimento, esses ‘ascensores rápidos’ podem ter dificuldade para construir confiança duradoura ou gerir equipes de forma eficaz. Isso é o que às vezes chamamos de armadilha do carisma”.
A Força da Humildade
Em contraste com estilos de liderança mais barulhentos e autopromocionais, uma abordagem mais discreta e sustentável tem se mostrado eficaz: liderança humilde. Esses profissionais são autoconscientes, abertos a feedback e priorizam o sucesso do time acima do reconhecimento individual. Muitas vezes subestimados no início, tornam-se líderes de alta performance quando promovidos.
“Humildade é uma característica de liderança poderoso”, afirma o Dr. Ryne Sherman. “Líderes que escutam, admitem erros e empoderam os outros constroem as equipes mais fortes. São consistentes, resilientes e geram engajamento duradouro”.
Autoconsciência Estratégica — o ingrediente que falta
Com frequência, decisões de promoção focadas na performance de curto prazo, não potencial de liderança no longo prazo — o que pode levar a escolhas custosas, explica o Dr. Sherman. “Autoconfiança pode mascarar questões mais profundas”, diz ele. “Avaliações de personalidade ajudam as organizações a ir além de comportamentos de superfície e identificar quem realmente terá sucesso em cargos de liderança”.
As conclusões da Hogan destacam o valor da autoconsciência estratégica — a capacidade de entender seus pontos fortes, limitações e impacto nos outros. Ao combinar dados de personalidade com feedback 360°, as organizações oferecem aos líderes uma visão mais profunda de como são percebidos e de como podem evoluir. Essa abordagem melhora o desempenho individual e fortalece equipes e cultura organizacional ao longo do tempo.
No ambiente de trabalho atual — em que inclusão, bem-estar e adaptabilidade são cruciais —, é preciso redefinir liderança. “Promoções baseadas apenas em visibilidade estão ultrapassadas. Para construir equipes que prosperam, as empresas devem priorizar valores como humildade, confiança e colaboração”, afirma Sherman.
O uso de medidas objetivas de personalidade também reduz vieses, ajudando a garantir que promoções recompensem potencial real de liderança, não popularidade ou autopromoção.
