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Homens vão 4 vezes menos ao médico do que as mulheres, revela dr.consulta

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Rede de saúde alerta para o cuidado com a saúde masculina neste Novembro Azul e mostra a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Os cuidados periódicos com a saúde ainda são pouco presentes na rotina masculina quando comparados à realidade feminina. É o que aponta um levantamento da rede de saúde dr.consulta, em que, aproximadamente, apenas uma consulta urológica é realizada a cada quatro ginecológicas. Segundo pesquisa realizada com pacientes da rede, os homens afirmam não ter o hábito de ir ao médico com frequência e a maioria só agenda consultas quando tem queixas específicas.

A base de dados do dr.consulta mostra que a busca por especialistas de Urologia representa apenas 19% do total de consultas urológicas e ginecológicas realizadas ao longo dos últimos 12 meses. Os números estão em linha com a avaliação do Ministério da Saúde realizada no início de 2023. O órgão mapeou que pelo menos 31% de toda a população masculina não tem costume de ir ao médico.

Por outro lado, o Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo indicou, em pesquisa divulgada em 2023, que 70% dos homens que buscam ajuda médica fizeram isso com a ajuda das mulheres ou filhos. Na metade dos casos os pacientes chegaram ao consultório com doenças em estágio avançado.

Para Felipe Goulart, urologista do dr.consulta, o tabu relacionado ao autocuidado masculino e ao exame de toque ainda existe, mas vem melhorando ao longo dos últimos anos. “Antigamente, por conta da menor divulgação e do preconceito, os homens buscavam atendimento mais tardio e, consequentemente, o diagnóstico acontecia quando os tumores já estavam mais avançados. Hoje, esse cenário mudou e a busca ativa se tornou mais comum em pacientes mais jovens, favorecendo o diagnóstico precoce”, pontua Goulart.

O câncer de próstata é o que mais mata homens no Brasil, sendo a causa de quase 30% dos óbitos masculinos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A alta taxa de mortalidade reforça ainda mais a necessidade não apenas das campanhas anuais como a do Novembro Azul, por exemplo, mas também de uma mudança cultural para que o cuidado com a saúde do homem se torne tão praticado quanto o da saúde feminina.

“A rotina ginecológica é algo cultural e historicamente mais aceito entre as mulheres, porém a população masculina vem mudando a mentalidade, buscando o urologista cada vez mais de forma natural, contribuindo para que muitas vidas sejam salvas”, reforça o médico do dr.consulta.

Idade é o principal fator de risco

O especialista reforça que o envelhecimento é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata, já que a doença tem se mostrado mais prevalente a partir dos 45 anos de idade, com picos de diagnóstico dos 50 aos 69 anos.

A avaliação coincide com o mapeamento da doença realizado pelo dr.consulta. Dos mais de 56 mil diagnósticos de câncer de próstata realizados em 2023, 31,6% estão na faixa etária dos 61 aos 70 anos de idade e 28,4% entre 51 e 60 anos. A quantidade de diagnósticos diminui significativamente nos pacientes com menos de 40 anos, como indica o gráfico abaixo.

Fonte: Base de dados do dr.consulta
Fonte: Base de dados do dr.consulta

É o caso de Antônio Joaquim da Silva, 69 anos, taxista, que se considerava saudável e resistia ao exame de toque. Após um Exame de Sangue, PSA, com resultados alterados, consultou Felipe e realizou o exame de toque, seguido por uma Ressonância Magnética que identificou um tumor em julho de 2022. O exame de toque, o primeiro de sua vida, diagnosticou a doença. Após a cirurgia, ele está em tratamento e agora compartilha a importância do diagnóstico precoce.

“Minha esposa me incentivou a procurar ajuda médica devido à idade avançada. Exames de rotina, ao detectar aumento do PSA, me levaram ao urologista e tive o diagnóstico. É muito importante que os homens procurem o médico o quanto antes, na idade correta para fazer os exames. O exame foi a chave para o sucesso do meu tratamento, pois eu não tinha nenhum sintoma que indicasse algo errado”, enfatiza.

Felipe Goulart comenta que há outros fatores de risco além da idade e reforça a recomendação de que os homens intensifiquem consultas médicas conforme envelhecem.

“A idade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata por conta do dano genético cumulativo ao longo dos anos e ocorrência de mutações que se tornam mais frequentes na terceira idade. Mas, além da idade, o histórico familiar de câncer tem papel primordial na doença. O tabagismo, o sedentarismo e a má alimentação também podem contribuir em menor escala”, finaliza o médico.

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