O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – tido como uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) – de julho cresceu 1,17% em relação a junho, divulgou o Bacen nesta quinta-feira (15). O resultado está acima das expectativas de parte do mercado, que esperava alta em torno de 0,3%.
Na comparação com julho do ano passado, o IBC-Br subiu 3,87%. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula crescimento de 2,09%, de acordo com o Banco Central. Segundo o presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), José Luiz Pagnussat, o resultado é surpreendente. Ele credita parte do crescimento da economia à queda da inflação que, em julho, recuou 0,68%, o maior tombo da série histórica.
“O crescimento da economia vem se acelerando. Com isso, o Brasil está se aproximando das taxas médias de crescimento mundial, porque a gente começou o ano com uma previsão de taxa de crescimento de 0,5%, enquanto o resto do mundo tinha previsões de crescimento bastante elevadas. Eles agora estão revendo para baixo e nós revendo para cima”, destaca.
O crescimento de 0,5% para o PIB do Brasil em 2022, como citou Pagnussat, era projetado pelas instituições do mercado financeiro no Boletim Focus do início do ano. Com a melhoria da economia, essas instituições estão revendo as suas estimativas. Na última segunda-feira (12), já previam alta de 2,39%.
Também nesta quinta-feira (15) a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia elevou de 2% para 2,7% a sua estimativa de crescimento do PIB brasileiro. Segundo a SPE, três fatores contribuíram para a revisão para cima do indicador: ampliação do mercado de trabalho, bom desempenho do setor de serviços e ampliação dos investimentos.
Prévia
Assim como o IBC-Br de julho, o PIB mais recente, do segundo trimestre de 2022, fechou acima das expectativas. A economia brasileira cresceu 1,2% entre abril e junho, na comparação com os três meses anteriores.
O desempenho do indicador do Bacen pode indicar que o segundo semestre do ano vai manter o ritmo de crescimento da economia. Pagnussat explica que o IBC-Br reflete o comportamento mensal do setor de serviços, da indústria e da agropecuária, a partir de dados do próprio IBGE. É por isso que o índice é considerado uma prévia do PIB.
Em nota, Rodolfo Margato, da XP Investimentos, disse que a “melhoria acentuada da produção agrícola e os fortes resultados líquidos do setor externo” podem ter contribuído de forma relevante para o IBC-Br de julho. Para ele, os números corroboram a expectativa de que a atividade doméstica iniciou o segundo semestre a um ritmo “bastante sólido de crescimento”. A XP acredita que o PIB do Brasil crescerá 2,8% em 2022.
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