Estudo aponta que taxa de inadimplência em recursos livres pode chegar a 6,81% em agosto, refletindo pressão do ciclo de juros altos sobre o orçamento familiar
O Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), em parceria com a FIA Business School, divulgou hoje sua mais recente projeção de inadimplência para o trimestre agosto-outubro de 2025. O estudo revela tendência de crescimento contínuo nos índices de inadimplência das pessoas físicas.
Segundo a pesquisa, a taxa de inadimplência com recursos livres deve alcançar entre 6,18% e 6,81% em agosto de 2025, com média estimada de 6,50%. Isso representa um aumento de 0,21 pontos percentuais em relação a junho de 2025, último dado oficial divulgado pelo Banco Central. Para outubro, a projeção indica que o índice pode atingir até 7,20% no cenário mais pessimista.
“Os dados confirmam o que era esperado: o ciclo longo de juros altos finalmente chegou com força total ao bolso do consumidor brasileiro”, afirma o Prof. Dr. Claudio Felisoni, presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School. Ele acrescenta: “Com a Selic mantida em patamares elevados por período prolongado, as famílias estão encontrando crescente dificuldade para honrar seus compromissos financeiros”.
Metodologia robusta
A projeção econométrica considera tanto o crédito total quanto especificamente os recursos livres, que são mais sensíveis às variações da taxa básica de juros.
Para a inadimplência total de pessoas físicas, as projeções indicam:
- Agosto/2025: entre 4,11% e 4,58% (média de 4,35%)
- Setembro/2025: entre 4,08% e 4,68% (média de 4,38%)
- Outubro/2025: entre 4,05% e 4,80% (média de 4,43%)
Impacto no varejo
O aumento da inadimplência tem reflexo direto no consumo e, consequentemente, no desempenho do varejo. Com menos capacidade de crédito e maior comprometimento da renda, os consumidores tendem a reduzir compras, especialmente de itens não essenciais.
Este cenário reforça os desafios que o setor varejista vem enfrentando. Com consumidores mais inadimplentes, há menos poder de compra circulando na economia, criando um ciclo vicioso que pressiona ainda mais as vendas.