Mesmo com cenário internacional turbulento, B3 superou 140 mil pontos, acumula alto fluxo estrangeiro e valorização das small caps
Recentemente a bolsa brasileira ultrapassou a marca histórica dos 140 mil pontos, impulsionada por um forte fluxo de capital estrangeiro e pela atratividade dos preços dos ativos brasileiros em dólar. Só nos primeiros meses desse ano, mais de R$ 20 bilhões foram aportados por investidores internacionais na B3, motivados por um cenário externo conturbado e por oportunidades locais que se destacaram no radar do mercado.
Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, avalia o movimento como positivo, mas que requer atenção. “Apesar do avanço expressivo, há espaço para correções técnicas e fatores como juros, inflação e tensão geopolítica podem provocar oscilações. O lado bom é que o Brasil voltou ao mapa de oportunidades para quem busca diversificação especialmente em renda variável”, afirma.
Small Caps lideram movimento
Enquanto empresas ligadas a commodities como Vale e Petrobras enfrentaram pressões com a intensa volatilidade no preço do petróleo e do minério de ferro, o protagonismo no Ibovespa ficou com as Small Caps. “São papéis que estavam muito descontados e agora ganham força com a retomada da confiança do investidor estrangeiro”, destaca o CEO.
Para quem está começando a investir na Bolsa, o momento é visto como uma excelente oportunidade. Cunha afirma que outra maneira de aproveitar esse cenário é por meio de ETFs como o BOVA11 ou com carteiras automatizadas focadas em dividendos. “É uma porta de entrada simples, diversificada e que segue uma lógica de retorno consistente no médio prazo”, explica.
Riscos e proteção
Apesar do otimismo, o analista também alerta para os riscos. O mercado já demonstra sinais de exaustão em alguns momentos, e uma possível correção técnica não pode ser descartada. A recomendação principal é manter uma carteira diversificada, com ativos brasileiros e uma fatia em dólar via Bonds internacionais. “A bolsa subir demais em linha reta é algo raro. É preciso estar preparado para movimentos de ajustes”, alerta Cunha.
Entre os indicadores a serem acompanhados, o CEO destaca a curva de juros, PIB, inflação, dólar e o balanço das empresas. Vale destacar que, embora a taxa Selic ainda esteja em patamar elevado, o mercado já projeta cortes nos próximos trimestres, o que deve reforçar o desempenho das ações. “Estamos diante de um momento histórico, mas que exige disciplina e estratégia adequada para cada perfil de investidor para ser bem aproveitado”, complementa Cunha.