Durante o segundo dia do VTEX DAY 2023, um dos maiores eventos de digital commerce do mundo, Heather Hershey, diretora de Pesquisa para Comércio Digital Mundial da IDC, e Zia Wigder, Chief Content Officer da Insider Intelligence, enumeraram tendências e sinalizaram movimentações de mercado às quais as empresas precisam ficar atentas para implementar um e-commerce resiliente.
Para a diretora da IDC, mesmo as empresas ainda digitalmente imaturas, sem segmentação de dados dos clientes e com sistemas desintegrados, podem se aproveitar da inovação no e-commerce. “Elas precisam fazer investimentos estratégicos em software que atenda às demandas específicas do seu negócio”, afirmou ao destacar que soluções composable podem ser um bom caminho, já que permitem uma implementação em fases.
Esta foi justamente a primeira recomendação de Heather para as empresas interessadas em inovar em operações de comércio digital, independentemente de seu tamanho. “As companhias devem investir em microsserviços ao invés de substituir sistemas completos de uma vez”, disse. Outra recomendação da especialista é a adoção de um modelo de comércio resiliente, que utilize dados unificados como core tanto para o front quanto para o back-end, considerando governança, confiabilidade, processos de comunicação e compliance. Heather explicou que a organização dos dados dá às organizações a capacidade de atender a uma outra tendência importante: migrar de um comércio transacional para um que considere a experiência do cliente.
Zia Wigder, da Insider Intelligence, falou das tendências para o e-commerce sob uma ótica menos técnica. A especialista traçou um paralelo entre os assuntos que se discute hoje e aqueles sobre os quais o mercado falava antes da pandemia. “É interessante que estamos falando das mesmas coisas que falávamos até 2020”, contou, destacando, porém, que elas agora são tratadas em um mundo diferente.
Ela observa que hoje o e-commerce e o varejo tradicional vivem uma fase de congruência: as curvas de crescimento de cada um deles corre em paralelo. “O crescimento do e-commerce desacelerou. O físico continuou crescendo a taxas semelhantes. Eles estão cada vez mais próximos e as experiências dos consumidores em cada um deles estão se fundindo”, analisou.
Outras tendências apontadas por Zia incluem a nova onda dos anúncios digitais. A chamada retail media, aquela em que marcas colocam publicidade dentro de sites ou aplicativos de e-commerce, rapidamente conquista o espaço que um dia foi das ferramentas de busca e, mais tarde, das redes sociais.
O social shopping, embora venha sendo adotado em diferentes ritmos pelo mundo, é outra tendência que já decolou em algumas economias, incluindo o Brasil. “A moda é uma das categorias que mais rapidamente vem aderindo as mídias sociais para vender”, analisou.
Zia aponta a IA como a quarta grande tendência do comércio digital e acrescenta, como quinto movimento do setor, o ritmo com que as disrupções têm surgido. “Os intervalos entre as disrupções continuam diminuindo. O faturamento que as ferramentas de busca levaram 13 anos para atingir foi alcançado em 11 anos pelas mídias sociais e em cinco anos pelo retail media”, ponderou. “Definitivamente, embora ainda estejamos discutindo os mesmos assuntos de antes da pandemia, o mundo digital mudou muito”.