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Igualdade de gênero no mercado de trabalho poderia aumentar o PIB global em até 20%

Carine Roos, CEO e fundadora da Newa / Foto: Paulo Liebert / Divulgação
Carine Roos, CEO e fundadora da Newa / Foto: Paulo Liebert / Divulgação

Carine Roos, mestra em Gênero e CEO da Newa, destaca que a implementação de leis favoráveis às mulheres e entendimento das empresas sobre questões relacionadas à assédio e filhos têm impacto direto no mercado e economia

Ao longo do último ano, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,5%, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nos primeiros três meses de 2024, o crescimento foi de 0,8%, quando comparado com outubro, novembro e dezembro de 2023. Mas, de acordo com um estudo do Banco Mundial, se as mulheres tivessem as mesmas condições que os homens para trabalhar, o resultado seria ainda melhor e o PIB aumentaria em mais de 20% em todo o mundo.

Apesar dos avanços promissores, a igualdade no ambiente de trabalho ainda é uma meta distante. O 10º relatório anual “Mulheres, Negócios e Leis” do Banco Mundial revela que a disparidade global de gênero no mercado corporativo é mais significativa do que se pensava. Nesta edição, foram incluídos dois indicadores cruciais que são grandes obstáculos para o avanço das mulheres profissionalmente: violência e serviço de cuidado com as crianças. Quando se leva em conta as diferenças jurídicas que envolvem essas áreas, elas desfrutam de apenas dois terços (64%) dos direitos legais em comparação aos homens. Além da falta de leis adequadas, a implementação delas é outro grande problema. Em média, os países estabelecem menos de 40% dos sistemas necessários para que essas leis sejam efetivamente aplicadas.

Quando o assunto é segurança das mulheres, meramente um terço das proteções legais contra violência doméstica e assédio sexual está em vigor no Brasil. No ambiente corporativo, a Lei nº 14.457/2022, que instituiu o Programa Mais Mulheres, torna obrigatórios os treinamentos sobre assédio sexual. “A realização dessas capacitações é um passo crucial para criar um ambiente de trabalho mais seguro e igualitário para nós. No entanto, é fundamental que elas sejam contínuas. Aqui na Newa temos a trilha anti-assédio, um programa que inclui sensibilização, treinamento e consultoria para organizações que querem estabelecer uma verdadeira cultura de respeito e inclusão dentro de suas empresas”, adiciona Carine Roos, mestre em Gênero e CEO da Newa, consultoria de impacto social.

Já no serviço de cuidado de crianças, a especialista indica que a inclusão de benefícios como creches, auxílio-maternidade e horários flexíveis aumenta a participação feminina no mercado de trabalho. Porém, apenas 78 países fornecem algum tipo de apoio financeiro ou fiscal aos pais com filhos pequenos. “Criar um espaço que valorize o equilíbrio em relação a vida pessoal e as ocupações laborais também é um papel das corporações, assim como oferecer  suporte emocional, físico e mental para elas. As companhias têm a possibilidade de estender e equiparar o tempo de licença parental que, não somente beneficia o ambiente corporativo, já que reduz o absenteísmo, mas, similarmente, contribui no desenvolvimento saudável de seus filhos e da sociedade”, complementa Carine.

Assim, é urgente que governos e organizações acelerem esforços para criar políticas e programas que promovam a igualdade de gênero no mercado, já que atualmente apenas metade das mulheres participam da força de trabalho global, comparado a quase três em cada quatro homens. “O corpo feminino e seus contextos de vida inexistem para a vasta maioria das empresas. São poucas as empresas que oferecem algum tipo de apoio para mães que estão amamentando; ainda poucas oferecem algum tipo de subsídio referente à creches; muitas delas não oferecem cobertura integral salarial de licença maternidade de 6 meses. Ainda, muitas das organizações não fazem distinção entre cuidadores primários e secundários ou fornecem tempo e remuneração equivalentes para mães e pais. Como pretendem essas organizações contribuírem com uma economia inclusiva, equitativa e regenerativa, excluindo mulheres e perpetuando desigualdades?”, finaliza a especialista.

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