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Incertezas dificultam o impulsionamento das empresas de transporte

Entidades do transporte se pronunciam sobre a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) / Foto: Gabriel Santos / Unsplash
Foto: Gabriel Santos / Unsplash

Apesar dos bons números, não são suficientes para suprir as necessidades do setor

Atualmente, as rodovias correspondem a 62% do transporte de cargas no Brasil, sendo que o transporte de alimentos e bebidas corresponde a 91,4% das mercadorias movimentadas pelo território nacional, segundo o estudo realizado pela Fundação Dom Cabral (FDC), neste ano. Apesar do impacto do setor na economia do país, as empresas de transporte vêm investido cada vez com maior cautela em planejamentos estratégicos.

A causa dessa precaução está retratada nas incertezas políticas. Muitos executivos não sentem convicção ou confiança nos posicionamentos governamentais, que, na visão dos empresários, não têm sido benéficos para o transporte rodoviário de cargas.

Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística – empresa especializada no transporte do setor alimentício – relata que o brasileiro vem enfrentando dificuldades financeiras, que impactam diretamente a demanda de serviços.

“Neste último mês, foi possível ver uma queda nas demandas de transporte de alimentos e bebidas. Entre os motivos da diminuição, podemos elencar aspectos como a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, a queda no poder de compra e o alto endividamento dos brasileiros. Infelizmente, observamos os custos operacionais e, consequentemente, de vida, sem que seja possível repassá-los, dificultando o aumento na renda das pessoas”.

Desafios

Tratando-se da região Sul do país, os três estados localizados na região (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somados, representam 17,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Esse crescimento também é retratado nos indicadores do IBGE, Banco Central e do Ministério da Economia, onde mostram que a atividade da região tem se saído melhor que a média brasileira neste ano.

Em contraponto, os números indicadores não representam ânimo nos corredores do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) da região. Os empresários entendem que, somente o crescimento da economia não basta para suprir as necessidades das organizações realizarem investimentos em seus processos.

Na visão de Franco, o PIB apenas mostra o resultado, não a produtividade, por exemplo: “Existem vários cenários que podem impactar o PIB. Uma alta inflação pode influenciar o aumento do PIB, visto que ele é a soma dos valores dos bens e serviços produzidos. Se houver inflação nos preços, os números tendem a aumentar, mesmo que esse valor seja direcionado para pagamento de juros e impostos. Mas, em nosso caso, tivemos um aumento na demanda em abril, em relação aos meses anteriores, que foram mais fracos”, descreve.

Expectativas a curto prazo

Ainda que a cada ano o Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) implemente mudanças e novas estratégias para continuar inovando, as expectativas para os próximos meses será de entender os próximos passos dos representantes políticos, e se serão benéficas ou não para o andamento do setor.

“É muito difícil ter expectativas claras para a economia, visto que os direcionamentos políticos não são claros – e, para haver investimentos, é necessário haver algum nível de segurança. Por exemplo: recentemente, tivemos a Medida Provisória do Pis/Cofins, que dificultaria as compensações dos impostos, mas pouco tempo depois o Senado devolveu a medida provisória, desfazendo os movimentos na economia. Logo teremos mudança na presidência do Banco Central, que pode afetar o direcionamento da economia”, relata o gerente administrativo da TKE.

Visto que o mercado de transporte alimentício é bastante movimentado e competitivo, apesar de todas as incertezas, os focos das empresas estão no aperfeiçoamento dos processos já estabelecidos e no investimento interno, principalmente na infraestrutura para atender potenciais clientes.

“O mercado alimentício é nosso principal setor, e estamos sempre buscando formas de aumentar a competitividade de nossos parceiros em relação à concorrência, ajudando-os a crescer e alimentar cada vez mais pessoas para podermos crescer em conjunto. No momento, estamos direcionando os investimentos em nossos controles internos e implementando mais tecnologia para aumentar a segurança em nossas operações”, finaliza o executivo.

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