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Indústria é o setor que mais investe em pesquisa e desenvolvimento

Os empresários da indústria são engajados quando o assunto é investimento. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os industriais são responsáveis por 68,6% do investimento empresarial em P&D (pesquisa e desenvolvimento). Um outro levantamento da CNI aponta que quase oito em cada dez grandes indústrias fizeram investimentos em 2021, o maior percentual desde 2014.

Cristina Reis, diretora da Agência da Inovação da Universidade Federal do ABC, diz que o investimento em pesquisa e desenvolvimento é uma característica marcante não só da indústria brasileira, mas também no nível internacional.

“No Brasil, as universidades públicas são as responsáveis pela maior parte de pesquisa e desenvolvimento. Mas do [investimento] que é feito pelo setor privado, sem dúvida, o setor industrial é aquele que se destaca. A indústria é conhecida por ser um setor que promove inovação e que investe continuamente no desenvolvimento de processos e de produtos”, afirma.

Segundo Cristina, a competição entre as empresas por mercados torna a busca por inovação um fator de diferenciação fundamental. A indústria tem um ambiente propício para criar ou melhorar processos e produtos. A especialista também explica por que acredita que o investimento em pesquisa e desenvolvimento é maior entre as grandes empresas.

“Aquelas que mais investem em inovação são as que têm maior acesso a condições de financiamento e têm uma cultura organizacional preparada para um investimento ‘paciente’, porque nem sempre gera resultados de curto prazo e vai contar com muitos insucessos ao longo do caminho. Para lidar com todos os riscos associados ao processo de inovação, em geral, a gente observa as grandes indústrias, aquelas empresas que são mais poderosas, com maior capacidade de realizar”, avalia.

Círculo Virtuoso

O investimento em inovação não cria apenas novos produtos ou serviços, explica Cristina Reis. É responsável também por algo que os economistas chamam de círculo virtuoso de desenvolvimento, em que uma iniciativa positiva vai puxando a outra.

“Quando um novo produto é gerado, abre-se uma perspectiva de novas rendas e empregos. A dinâmica econômica é reforçada e, na medida do possível, melhorando a qualidade dos empregos gerados e, portanto, também, a remuneração deles, o que faz com que o padrão de vida de toda essa sociedade possa se elevar e vai incentivando, via demanda, outros mercados”, explica.

Deixar em segundo plano os aportes em inovação não é uma boa ideia se o país deseja o desenvolvimento de forma sustentada. “Um país que não faz esse tipo de investimento, que mantém um processo produtivo mais simples, mais atrasado do ponto de vista tecnológico, é muito mais vulnerável às crises econômicas internacionais, por estar dependente tecnologicamente”, alerta.

Até por isso, Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da CNI, destaca que a indústria tem um papel fundamental ao fomentar novas tecnologias, pois pode trazer benefícios para os outros setores que movimentam a economia, como o agronegócio.

“Nós precisamos pensar que mesmo para a competitividade do setor de commodities minerais ou do agronegócio, o progresso técnico desses segmentos é exógeno, ou seja, o desenvolvimento tecnológico da atividade de agricultura e pecuária está umbilicalmente vinculado à indústria, que vai produzir os implementos, que vai produzir os defensivos, que vai produzir os fertilizantes, que vai produzir toda a agenda de biotecnologia”, diz.

Investimentos produtivos

Já quando o assunto é investir na compra de máquinas e equipamentos e melhoria das plantas, fábricas ou armazéns, a indústria teve o seu melhor desempenho em sete anos. Segundo a CNI, 79% das grandes indústrias investiram na produção no ano passado, o melhor patamar desde 2014.

O resultado acompanhou o avanço da taxa de investimento do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que saltou de 16,6% para 19,2% no último ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Projeção da própria CNI divulgada em julho mostra que três em cada quatro empresários industriais pretendem investir em 2022.

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]]>Via: Brasil61

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