Em alusão ao Julho Amarelo, mês de conscientização sobre as hepatites virais, a Rede Oto reforça a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessas infecções que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. A campanha busca alertar a população sobre os riscos e as formas de contaminação, incentivando a testagem como ferramenta essencial no combate à doença.
Segundo o infectologista, Dr. Danilo Campos, “as hepatites virais são inflamações do fígado causadas por vírus (A, B, C, D e E), que podem levar a quadros leves, moderados ou graves, e evoluir para condições crônicas como cirrose e câncer”, explica.
Cenário no Ceará e no Brasil
Dados recentes da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) apontam que, entre janeiro de 2015 e maio de 2024, foram notificados 4.158 casos de hepatites virais no estado. Desse total, a hepatite C foi a mais prevalente, com 2.185 casos (52,5%), seguida pela hepatite B, com 1.721 casos (41,4%). A hepatite A registrou 237 casos (5,7%) e a hepatite D, 10 casos (0,2%). Em relação aos óbitos no mesmo período, foram 228, sendo a hepatite C responsável por 69,8% das mortes, e a hepatite B por 24,1%. O Ceará tem demonstrado avanços no enfrentamento, com redução de quase 28% das mortes por hepatite C.
No âmbito nacional, o Ministério da Saúde divulgou, neste mês de julho, o novo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais. Entre 2000 e 2024, foram confirmados mais de 826 mil casos de hepatites virais no Brasil. A cobertura vacinal contra hepatite B em crianças de até um mês atingiu 94,19% em 2024, um aumento significativo em comparação a 2022. O Ministério também destaca a queda de 55% na detecção de hepatite B em gestantes nos últimos 10 anos, refletindo a melhoria na cobertura vacinal. Além disso, houve uma redução de 50% no coeficiente de mortalidade por hepatite B e de 60% por hepatite C entre 2014 e 2024.
Fatores de Risco e Formas de Transmissão
Dr. Danilo Campos destaca que os fatores de risco e formas de transmissão variam de acordo com o tipo de hepatite viral. “A Hepatite A e E são transmitidas principalmente por água e alimentos contaminados, ou contato fecal-oral, especialmente em locais com saneamento precário”, pontua.
“As Hepatites B, C e D são transmitidas por contato com sangue contaminado (compartilhamento de agulhas, seringas, materiais de manicure, lâminas de barbear), relações sexuais desprotegidas e de mãe para filho durante a gravidez ou parto (transmissão vertical). A hepatite D só se manifesta em pessoas já infectadas com o vírus da hepatite B”, complementa o médico.
A Importância da Testagem
Muitos casos de hepatites virais são assintomáticos, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento precoce. “A testagem é um pilar fundamental no controle das hepatites virais. Uma grande parte das pessoas infectadas não apresenta sintomas e, por isso, não sabe que tem a doença. O diagnóstico tardio pode levar a complicações sérias, como cirrose e câncer de fígado”, alerta o infectologista.
“A vacinação está disponível para os tipos A e B, mas para as hepatites B, C e D, a testagem é a principal forma de descobrir a doença a tempo de iniciar o tratamento. Todos, especialmente indivíduos com mais de 40 anos, devem buscar a testagem regularmente. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece testes rápidos para hepatites B e C em unidades básicas de saúde”, conclui.
A Rede Oto reforça seu compromisso com a saúde da população e incentiva a todos a procurarem os serviços de saúde para realizar a testagem e obter informações sobre as hepatites virais.