Confira artigo de Daniel Rodrigues Alves, CEO e Co-Fundador da Innoway
A maioria das pessoas associa inovação a um momento de genialidade ou uma jornada criativa espontânea. Contudo, grandes pensadores, como Clayton Christensen, demonstraram que ela não se limita apenas a ideias luminosas. Trata-se, na verdade, de uma ciência estruturada que busca “disruptar” métodos tradicionais para, essencialmente, aprimorar a qualidade de vida como um todo.
Por isso, nas últimas décadas, esse conceito conquistou um lugar de destaque no mundo corporativo, tornando-se sinônimo de competitividade, longevidade e sucesso financeiro. Profissionais de todas as áreas são constantemente cobrados a mudar e apresentar resultados tangíveis e mensuráveis.
Contudo, em muitas organizações, ao questionar os colaboradores sobre os resultados esperados da inovação, é provável que todas as respostas sejam diferentes. Exceto por um denominador comum: produtos, serviços e, em especial, tecnologias digitais são frequentemente identificadas como os principais resultados, dada sua presença palpável e visibilidade em nosso cotidiano. Estas pessoas, de forma alguma, estão erradas. No entanto, inovar vai além de simplesmente criar produtos ou serviços.
Essa ideia transformou-se em um verbo abrangente e multifacetado, englobando comunicação, metodologias, processos, tecnologias e modelos de negócios. Mais do que uma simples ação, é uma profunda mudança de mentalidade. O verdadeiro desafio não está em simplesmente “vestir” a camisa da inovação, mas sim em “pensar” com a mente inovadora.
Ainda bem que vivemos numa época em que as ideias, o conhecimento e a criatividade são o que mais importam. Estamos em meio a uma sinergia crescente entre humanos, tecnologia e inteligência de dados. Conhecimento estratégico, tecnologias sofisticadas e caras, antes acessíveis somente a grandes corporações são rapidamente democratizadas, o que permite que empreendedores e startups transformem mercados e indústrias.
A verdade é que acelerar a capacidade de inovar e maximizar seu impacto sempre foi uma questão de sobrevivência e superação para nós, seres humanos. Isso nos tornou a espécie dominante no planeta. Para nós, essa ação é um hábito e um estilo de vida. O resultado de uma cultura genuinamente revolucionária é nutrir e amplificar essa capacidade de transformação e impacto por meio de pessoas.
Assim como podemos rastrear nossa saúde em um aplicativo de condicionamento físico (treinadores utilizam milhares de dados para treinar um superatleta), as empresas precisam medir e gerenciar o quão bem estão inovando por meio de métricas inteligentes e específicas. Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, já dizia que “o que pode ser medido pode ser melhorado”, e essa máxima se aplica igualmente à cultura de inovação.
*Daniel Alves é inovador, empreendedor, conselheiro e mentor, dedicado a construir sistemas estratégicos orientados por propósitos transformadores e a evoluir culturas organizacionais para que sejam mais inovadoras. Com mais de 26 anos de experiência em marketing, estratégias transformadoras e inovação em multinacionais como Gillette, Hewlett Packard, Domino’s Pizza e Colgate Palmolive, liderou projetos de inovação em mais de 26 países, lançou mais de 100 produtos e fundou três startups. Atualmente é CEO da INNOWAY, a primeira Aceleradora de Cultura de Inovação, além de ser Sócio do ARA – Instituto de Pós graduação. Bacharel em Administração, pós-graduado em Marketing pela ESPM São Paulo, possui especializações em Modelos de Liderança Executiva pela Universidade de Stanford, na Califórnia, Inovação Exponencial pela Singularity University no Vale do Silício, Inteligência Emocional pela The School of Life, em Londres. Conselheiro Estratégico certificado pelo CMJ e Conselheiro de Inovação certificado pela GONEW / HSM, ambos em São Paulo.