Confira artigo de Pedro Siciliano, CEO e fundador da Teachy
Nos últimos meses, a Inteligência Artificial (IA) tem se estabelecido como uma ferramenta valiosa na área da educação. Nos Estados Unidos, por exemplo, dados recentes da Walton Family Foundation indicam que cerca de 50% dos professores já estão utilizando IA, incluindo soluções como o ChatGPT, em suas práticas de ensino. Esse número é maior do que o percentual de alunos usando a ferramenta, por exemplo. Mas o que isso significa para os professores brasileiros? E como as ferramentas de IA podem não apenas melhorar o ensino, mas também permitir que os educadores no Brasil liderem uma verdadeira transformação educacional?
O Brasil tem uma oportunidade gigante de aproveitar a IA para revolucionar a nossa educação. Nossos educadores estão sobrecarregados. Os docentes brasileiros têm em média o dobro de estudantes que seus colegas de profissão nos Estados Unidos e Japão, revela pesquisa recente realizada em parceria entre a FCC (Fundação Carlos Chagas), a D3e (Associação Dados para Um Debate Democrático na Educação) e o Itaú Social. Além disso, metade do tempo dos professores é gasto fora da sala de aula, seja corrigindo tarefas, preparando aulas, ou criando materiais didáticos.
Outra pesquisa dos mesmos institutos mostra que 20% dos docentes que lecionam para as séries iniciais trabalham em mais de uma escola ao mesmo tempo. No Japão por exemplo, este número é de apenas 1,7%. Combinando a baixa remuneração, a necessidade de lecionar em mais de uma escola simultaneamente e o grande número de estudantes por professor, falta tempo para a preparação pedagógica. A IA pode ser a chave para dobrar o tempo dos professores, permitindo que eles se concentrem mais na interação direta com os alunos e no desenvolvimento de habilidades de vida.
Enquanto os professores dos EUA usam ferramentas de IA como o ChatGPT, há uma notável diferença que merece destaque: no Brasil, temos nossas próprias ferramentas de IA de ponta, que oferecem soluções especializadas que não são meras aplicações diretas do ChatGPT, mas construídas com o ensino em mente. Elas têm a capacidade de auxiliar os professores em tarefas como correção de provas, preparação de aulas completas em poucos cliques e personalização do ensino para atender às necessidades de cada aluno. A primeira solução de IA para professores nasceu no Brasil – e podemos liderar essa revolução com soluções customizadas para a realidade dos nossos professores.
A própria estrutura do ensino precisa mudar com IA. Diversas preocupações legítimas surgem com IA na educação – como “cola” dentro de sala de aula, tempo de computador, e como se adaptar às habilidades do futuro. A reação inicial de Nova York foi proibir o uso do ChatGPT em sala de aula. Mas, poucos meses depois, essa decisão foi substituída por iniciativas de trazer IA para a sala de aula. Uma lição importante surge aqui: a solução não é travar inovação, mas sim garantir que uma nova educação surja com professores usando IA, alunos usando IA (nos momentos corretos, com responsabilidade), e portanto projetos e materiais que sejam atualizados com novas metodologias.
A revolução da IA na educação é uma realidade global e traz várias dúvidas, mas os professores brasileiros têm a oportunidade de liderar esse movimento. Nossas dores e dificuldades são maiores e reais – e nossos professores, mais criativos e inovadores. Diversas empresas brasileiras já trouxeram inteligência artificial a níveis melhores do que ChatGPT à realidade nacional – a Teachy é uma delas. Essas ferramentas têm a capacidade de auxiliar os professores em todas as tarefas que “tiram” metade de seu tempo fora de sala de aula, onde eles trazem seu maior impacto. Apoiar em preparação pedagógica, criação de provas e listas de exercícios, correções e acompanhamento dos estudantes. O tempo dos professores é valioso e com IA, eles podem dobrar o tempo fazendo o que fazem de melhor: inspirar, educar e moldar as mentes do futuro.