Investimento em ações estrangeiras por meio de BDRs são destaque na programação da B3 na Expert XP

Gabriel Navarro, João Morbim e Bianca Vesdel
Gabriel Navarro, João Morbim e Bianca Vesdel

Executivos da bolsa do Brasil participaram de painel que abordou o acesso a ativos dolarizados sem necessidade de abrir conta no exterior

O acesso facilitado a produtos dolarizados oferecidos pela B3 ao investidor brasileiro foram tema do painel “Internacionalize os seus investimentos”, que aconteceu na Arena B3, durante a Expert XP 2025 nesta sexta (25). A discussão, que contou com a participação de Bianca Vesdel, gerente de Cash Equities da B3, João Morbim superintendente de Relacionamento Comercial e BDRs da B3, e do criador de conteúdo e especialista em finanças Gabriel Navarro, teve como foco principal o produto BDR.

“Os BDRs dão acesso a vários ativos internacionais listados em bolsa, sem a necessidade de passar por toda a burocracia de abrir conta no exterior. A aquisição é feita aqui e na nossa moeda”, explicou Morbim. “Assim o investidor não precisa se preocupar com a variação cambial e com a tributação de IOF”, adicionou Vesdel. Os BDRs, sigla para o termo Brazilian Depositary Receipts (ou Recibos Depositários Brasileiros, em tradução livre), estão disponíveis para o investidor pessoa física desde 2020 e correspondem a recibos com frações de ações de empresas de todos os tipos listadas no exterior.

Em 2025, a B3 já registrou mais de 1 milhão de investidores em BDRs, com um volume de negociações que soma R$ 50,5 bilhões. Os BDRs são emitidos no Brasil por instituições depositárias (bancos ou corretoras), mas possuem lastro em ativos listados fora do país, como ações de empresas e ETFs. A principal vantagem deste produto é a facilidade no acesso a ativos internacionais sem a necessidade de abrir conta fora do país, possibilitando ao investidor diversificar suas aplicações com menos burocracia. Na prática, basta ter uma conta em corretora para investir em BDRs e tornar-se dono de um pedacinho de ações do Google, da Apple ou da Amazon, por exemplo.

Atualmente, a B3 disponibiliza mais de 1.090 opções de BDRs, sendo que 830 são BDRs não patrocinados e 260 são BDRs de ETFs que acompanham índices internacionais. “Os BDRs patrocinados têm um nível de governança mais rígido, enquanto os não patrocinados são mais flexíveis, mas é importante reforçar que ambos possuem controle de regulamentação da B3”, disse Bianca.

Conheça abaixo os tipos de BDRs e suas diferenças:

  • BDRs patrocinados

São emitidos com a participação direta da empresa estrangeira e dividem-se em três níveis.

Nível I: permite negociação apenas no mercado de balcão não organizado, sem a intermediação da B3. Se houver oferta pública, ela está limitada a apenas 50 investidores.

Nível II: permite negociação em mercados organizados e requer que a empresa estrangeira se registre na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e cumpra com requisitos de governança e divulgação de informações. As ofertas públicas são caracterizadas pelo chamado “esforço restrito” – só é permitido um número limitado de investidores.

Nível III: mesmas características que o nível II, com a diferença que as ofertas públicas são maiores, permitindo um grande número de investidores.

  • BDRs não patrocinados

São emitidos por bancos ou outras instituições financeiras, geralmente, sem a participação direta da empresa estrangeira. Aqui se enquadra a maior parte dos BDRs disponíveis na B3.

  • BDRs de ETFs

Certificados que representam ETFs (fundos que replicam o desempenho de índices internacionais) que investem em ações estrangeiras. Com os BDRs de ETFs, o investidor pode adquirir um recibo que equivale a uma fração do ETF internacional, permitindo que ele acesse de forma indireta uma cesta diversificada de ativos sem a necessidade de operar em mercados externos.

Para saber mais

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