O mercado de seguros no Brasil vive um momento de transformação, com a inovação assumindo papel central para seu crescimento. Durante coletiva de imprensa promovida pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o presidente Dyogo Oliveira e Alexandre Leal, diretor Técnico, de Estudos e Relações Regulatórias da Confederação, destacaram as tendências e desafios enfrentados pelas seguradoras ao incorporar tecnologias avançadas e estratégias disruptivas. Os dados apresentados no evento evidenciam que o investimento em inovação no setor alcançará a marca de R$ 19,6 bilhões em 2024, um crescimento significativo em relação aos R$ 16,7 bilhões registrados em 2023.
Foco estratégico: tecnologia e atendimento
Segundo Dyogo Oliveira, as seguradoras são empresas tecnológicas que utilizam inovação não apenas para fomentar vendas, mas também para melhorar o atendimento ao cliente e processos internos. “Estamos falando de sistemas integrados com inteligência artificial (IA) e machine learning (ML), que otimizam desde a emissão de apólices até o treinamento de equipes por meio de avatares digitais. Esse investimento reflete um esforço contínuo de modernização e ganho de eficiência operacional”, afirmou o presidente.
A pesquisa apresentada pela CNseg mostrou que 84% das empresas do setor atingiram suas metas relacionadas à melhoria da experiência do cliente. Além disso, 56% das seguradoras reportaram ganhos financeiros, com 20% delas superando as expectativas. A criação de produtos inovadores e a utilização de plataformas digitais, como APIs e aplicativos, têm sido fundamentais para a retenção de clientes e parceiros.
Impactos regulatórios e Open Insurance
Alexandre Leal abordou a relação entre inovação e regulação, enfatizando o papel do sandbox regulatório e de projetos como Open Insurance e SRO (Sistema de Registro de Operações). “Esses projetos estão consumindo recursos significativos, mas têm potencial para gerar ganhos em eficiência e melhorar a regulação. O uso de inteligência artificial pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) pode, no futuro, elevar a qualidade da supervisão regulatória e beneficiar diretamente os consumidores”, explicou.
Leal destacou ainda que a flexibilização de normas e a simplificação de processos são cruciais para acelerar a inovação. “Quanto mais liberdade o mercado tiver para criar produtos e estabelecer processos, maior será o impacto positivo para os consumidores e para a sustentabilidade do setor”, completou Dyogo Oliveira.
Perspectivas para 2024
Com a projeção de um crescimento de 11% na arrecadação do setor em 2024, a expectativa é que os investimentos em inovação acompanhem essa expansão. De acordo com o estudo, 71% das empresas pretendem ampliar os recursos destinados à inovação, priorizando iniciativas que aprimorem produtos e serviços, além de adotar novas tecnologias para gestão de dados e processos operacionais.
A sinergia entre inovação e crescimento foi resumida por Dyogo Oliveira: “As empresas que investem consistentemente em tecnologia e inovação não apenas fortalecem sua competitividade, mas também moldam o futuro do mercado de seguros, trazendo benefícios que vão além das margens financeiras”.