Investimentos brasileiros nos EUA cresceram 52,3% em uma década e empresas brasileiras produzem em pelo menos 23 estados americanos, mostra CNI

Foto por: Lalit Kumar/ Unsplash Images
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Alimentos e bebidas, plásticos, produtos de consumo, software e serviços de TI e metais são os setores que lideram os investimentos no país

Ao menos 70 empresas brasileiras mantêm investimentos produtivos em 23 dos 50 estados americanos, mostra mapeamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os investimentos brasileiros em solo norte-americano alcançaram um estoque de US$ 22,1 bilhões em 2024, uma alta de 52,3% em relação a 2014. Só entre 2020 e 2024, empresas brasileiras anunciaram mais de US$ 3,3 bilhões em novas operações no território americano.

Os dados corroboram análise da Apex-Brasil e da Amcham que posicionam os Estados Unidos como o principal destino de investimentos greenfield brasileiro no exterior. Entre 2013 e 2023, foram 142 projetos de implantação produtiva nos EUA.

“Essa é a prova de que o setor produtivo brasileiro vê na integração com os Estados Unidos muito mais que comércio: vê parceria. O avanço dos investimentos de ambos os lados, ao longo dos anos, reforça o caráter complementar e os benefícios mútuos dessa relação”, afirma Ricardo Alban, presidente da CNI.

O mapeamento da CNI mostra os estados americanos com maior número de empresas brasileiras com plantas produtivas: Flórida (12), Georgia (7), Michigan (6), Minnesota (6), Missouri (6), Nova York (6), Tennessee (5) e Texas (5).

 Veja íntegra do documento e relação completa de empresas e investimentos.

Os setores visados pelos investidores brasileiros nos EUA foram alimentos e bebidas (22,8%), plásticos (12,4%), produtos de consumo (9,8%), software e serviços de TI (9,6%) e metais (9,3%).

O estudo revela que nos últimos cinco anos (2020-2025), 70 empresas brasileiras anunciaram projetos nos EUA, com destaques para JBS (US$ 807 milhões), Omega Energia (US$ 420 milhões), Companhia Siderúrgica Nacional (US$ 350 milhões), Bauducco Foods (US$ 200 milhões) e Embraer (US$ 192 milhões). No sentido inverso, 186 empresas norte-americanas anunciaram novos negócios no Brasil. Entre as principais companhias estão Bravo Motor Company (US$ 4,3 bilhões), Microsoft (US$ 3 bilhões), CloudHQ (US$ 3 bilhões), Amazon.com (US$ 2,8 bilhões) e New Fortress Energy (US$ 1,6 bilhão).

No total, 2.962 empresas brasileiras têm investimentos diversos nos EUA, reforçando a forte integração econômica entre as duas economias.

EUA também ampliaram investimentos no Brasil

Em contrapartida, os americanos acumularam US$ 357,8 bilhões em investimentos no Brasil no ano passado, um aumento de 228,7% em relação a 2014. Atualmente, há 3.662 companhias americanas operando no Brasil.

No que se refere a investimentos anunciados, de 2015 a 2025, os setores mais atrativos para os investidores dos EUA em território brasileiro foram: comunicações (31,0%), montadoras de automóveis (13,5%), carvão, petróleo e gás (11,4%), serviços financeiros (10,9%) e energias renováveis (7,1%).

Empresas brasileiras anunciaram milhões em investimentos nos EUA em 2025

O documento traz também informações sobre investimentos anunciados por nove empresas brasileiras nos primeiros cinco meses de 2025. Entre eles, dois se destacaram com projetos superiores a US$ 100 milhões. Na direção oposta, também no mesmo período, 16 empresas americanas anunciaram investimentos no Brasil. Três dessas empresas se destacaram com projetos entre R$ 255,5 milhões e R$ 142,9 milhões. Essas informações foram elaboradas com base em dados do fDi Markets, coletados a partir de declarações corporativas, órgãos setoriais, agências de promoção e veículos de mídia especializada.

O movimento de internacionalização também é respaldado por números do programa SelectUSA, iniciativa oficial do governo dos EUA para atração de investimentos estrangeiros diretos. De acordo com o programa, empresas brasileiras executaram 65 projetos no território norte-americano, com investimentos que superam US$ 1 bilhão e a criação de mais de 2,5 mil empregos diretos nos EUA.

Entre os casos de destaque estão a Embraer, com a implantação de um centro de manutenção no Texas (US$ 70 milhões, 250 empregos); a JBS, que anunciou uma nova planta em Iowa (US$ 135 milhões, 500 empregos); e a Sustainea, com um investimento previsto de US$ 400 milhões no estado de Indiana. Outras empresas brasileiras participantes do SelectUSA incluem Wyda, Precicast, Braip, GreyLogix, MedYes e Plooral, atuando em setores estratégicos como alimentos e bebidas, software, biotecnologia, aeroespacial, logística e equipamentos industriais.

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