A InvestSmart XP destaca os efeitos das mudanças regulatórias sobre a previdência privada em 2025, especialmente no Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), produto que tradicionalmente concentra a maior parte dos aportes do setor.
Segundo Tatiana Guedes, gerente de Produtos da InvestSmart XP, desde 2006 não havia registro de captação líquida negativa na previdência. Embora o saldo acumulado de 2025 ainda esteja positivo, a captação do VGBL foi pressionada por incertezas regulatórias.
O principal fator tem sido a nova cobrança de IOF sobre aportes de maior valor. A medida, definida pelo governo em maio, sofreu ajustes ao longo do ano, gerando insegurança entre investidores e seguradoras. “Inicialmente, cogitou-se a cobrança a partir de R$ 50 mil, depois ajustada para R$ 300 mil por CPF e por seguradora até o final deste ano. A partir de 2026, o limite passará a ser de R$ 600 mil anuais, considerando a soma de aportes em todas as seguradoras”, explica a executiva.
Esse cenário tem levado diversas seguradoras a bloquear novos aportes acima de R$ 300 mil, restringindo a entrada de grandes investidores e reduzindo ainda mais o fluxo para o produto. Como consequência, investidores de maior porte buscaram alternativas de alocação.
Tatiana ressalta, entretanto, a importância do VGBL para o futuro financeiro dos brasileiros: “A previdência privada, e em especial o VGBL, tem papel essencial na poupança de longo prazo. Num país que envelhece rapidamente, funciona não apenas como complemento à aposentadoria, mas também como uma das formas mais eficientes e acessíveis de planejamento sucessório”.
De acordo com ela, os investidores mais impactados pelas novas regras são justamente os de maior poder aquisitivo, que tradicionalmente utilizavam o VGBL como estratégia simples e de baixo custo para a sucessão patrimonial.