O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de setembro foi de – 0,37%. Esta foi a segunda deflação consecutiva do IPCA-15. Em agosto, o índice ficou em – 0,73%.
Período | Taxa |
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Setembro de 2022 | -0,37% |
Agosto de 2022 | -0,73% |
Setembro de 2021 | 1,14% |
Acumulado do ano | 4,63% |
Acumulado dos últimos 12 meses | 7,96% |
O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi -0,97%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,63% e, em 12 meses, de 7,96%, abaixo dos 9,60% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2021, a taxa foi de 1,14%. Apenas três dos nove grupos do IPCA-15 tiveram queda de preços: Transportes (-2,35%), Comunicação (-2,74%) e Alimentação e Bebidas (-0,47%).
Grupo | Variação Mensal (%) |
Impacto (p.p.) | Variação Acumulada (%) |
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Julho | Agosto | Setembro | Setembro | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,13 | -0,73 | -0,37 | -0,37 | -0,97 | 7,96 |
Alimentação e bebidas | 1,16 | 1,12 | -0,47 | -0,10 | 1,81 | 12,73 |
Habitação | -0,78 | -0,37 | 0,47 | 0,07 | -0,68 | 2,91 |
Artigos de residência | 0,39 | 0,08 | 0,24 | 0,01 | 0,71 | 12,26 |
Vestuário | 1,39 | 0,76 | 1,66 | 0,07 | 3,86 | 18,33 |
Transportes | -1,08 | -5,24 | -2,35 | -0,49 | -8,47 | 5,62 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,71 | 0,81 | 0,94 | 0,12 | 2,48 | 8,98 |
Despesas pessoais | 0,79 | 0,81 | 0,83 | 0,08 | 2,45 | 8,25 |
Educação | 0,07 | 0,61 | 0,12 | 0,01 | 0,80 | 7,22 |
Comunicação | -0,05 | -0,30 | -2,74 | -0,14 | -3,08 | -0,12 |
Apesar da deflação no índice geral, os preços de somente três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados recuaram em setembro. A maior influência veio dos Transportes (-2,35%), com impacto de -0,49 ponto percentual (p.p.) no mês. Além disso, houve recuo nos preços de Comunicação (-2,74%) e Alimentação e bebidas (-0,47%), com impactos de -0,14 p.p. e -0,10 p.p., respectivamente.
No lado das altas, a maior variação veio de Vestuário (1,66%), que acelerou em relação a agosto (0,76%). Destaca-se, ainda, o grupo Saúde e cuidados pessoais (0,94%), que teve a segunda maior variação e o maior impacto positivo (0,12 p.p.) no índice de setembro. Os demais grupos ficaram entre o 0,12% de Educação e o 0,83% de Despesas pessoais.
A queda nos Transportes deve-se ao recuo nos combustíveis (-9,47%). Etanol (-10,10%), gasolina (-9,78%), óleo diesel (-5,40%) e gás veicular (-0,30%) tiveram seus preços reduzidos. A gasolina teve o impacto negativo mais intenso (-0,52 p.p.) entre os 367 subitens pesquisados. Cabe ressaltar que houve redução no preço da gasolina vendida para as distribuidoras em R$ 0,18 por litro, em 16 de agosto, e R$ 0,25 por litro, em 2 de setembro.
Ainda em Transportes, houve queda também em ônibus urbano (-0,08%), devido à redução dos preços das passagens aos domingos em Salvador (-0,82%), desde 11 de setembro.
Entre as altas, destacam-se as passagens aéreas (8,20%), que voltaram a subir após caírem 12,22% em agosto. Seguem em alta, ainda, subitens importantes como seguro voluntário de veículo (1,74%), emplacamento e licença (1,71%) e conserto de automóvel (0,62%).
A queda mais intensa do IPCA-15 do mês veio do grupo Comunicação (-2,74%), influenciado pela redução nos planos de telefonia fixa (-6,58%) e de telefonia móvel (-1,36%) e também pelos pacotes de acesso à internet (-10,57%) e os combos de telefonia, internet e tv por assinatura (-2,72%). Além disso, houve queda nos preços dos aparelhos telefônicos (-0,99%). A Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, fixou um limite para a alíquota máxima de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações.
Outro grupo com queda em setembro foi Alimentação e bebidas (-0,47%), puxado por alimentação no domicílio (-0,86%). Contribuíram para isso o óleo de soja (-6,50%), o tomate (-8,04%) e, principalmente, o leite longa vida (-12,01%). Apesar da queda em setembro, os preços do leite ainda acumulam alta de 58,19% no ano. As maiores contribuições positivas entre os alimentos para consumo no domicílio vieram da cebola (11,39%), do frango em pedaços (1,64%) e das frutas (1,33%).
A alimentação fora do domicílio passou de 0,80% em agosto para 0,59% em setembro. Enquanto o lanche (0,94%) teve variação próxima à do mês anterior (0,97%), a refeição desacelerou de 0,72% para 0,36%.
Entre os seis grupos em alta no mês, destaca-se Vestuário (1,66%). Os preços das roupas femininas (1,83%), masculinas (1,78%) e infantis (1,52%) voltaram a subir de forma mais intensa. Além disso, os calçados e acessórios (1,58%) também tiveram alta superior a 1%, e as joias e bijuterias (0,98%) tiveram variação positiva, depois de caírem 0,36% em agosto.
Em Saúde e cuidados pessoais (0,94%), os destaques foram os itens de higiene pessoal (1,28%) e os planos de saúde (1,13%). Além disso, os preços dos produtos farmacêuticos subiram 0,81% e contribuíram com 0,03 p.p. no IPCA-15 de setembro.
Após a queda de 0,37% em agosto, o grupo Habitação subiu 0,47% em setembro, puxado por gás de botijão (0,81%), aluguel residencial (0,72%) e energia elétrica (0,41%). Em Belém (10,52%), a tarifa por kWh foi reajustada em 14,74%, a partir de 7 de agosto.
Outro subitem com alta em setembro foi gás encanado (0,30%), em função dos reajustes em duas áreas: no Rio de Janeiro (0,13%), o reajuste de 0,20% passou a vigorar em 1º de agosto; em Curitiba (1,95%), houve reajuste de 2,26% nas tarifas residenciais a partir de 9 de agosto.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) |
Variação Acumulada (%) |
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Julho | Agosto | Setembro | Trimestre | 12 meses | ||
Recife | 4,71 | 0,87 | -1,44 | -0,93 | -1,51 | 7,54 |
Goiânia | 4,96 | -0,98 | -1,12 | -0,76 | -2,83 | 6,54 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,21 | -1,01 | -0,61 | -1,41 | 5,87 |
Fortaleza | 3,88 | 0,42 | -1,31 | -0,58 | -1,47 | 7,78 |
Brasília | 4,84 | 0,17 | -1,09 | -0,56 | -1,48 | 6,80 |
Belo Horizonte | 10,04 | 0,08 | -1,58 | -0,47 | -1,96 | 6,79 |
São Paulo | 33,45 | 0,35 | -0,11 | -0,44 | -0,20 | 8,67 |
Salvador | 7,19 | 0,28 | -0,82 | -0,17 | -0,71 | 9,72 |
Rio de Janeiro | 9,77 | -0,10 | -0,26 | -0,03 | -0,39 | 9,09 |
Curitiba | 8,09 | -0,31 | -1,23 | 0,03 | -1,51 | 8,39 |
Belém | 4,46 | -0,31 | -0,91 | 0,50 | -0,72 | 6,31 |
Brasil | 100,00 | 0,13 | -0,73 | -0,37 | -0,97 | 7,96 |
Nove das 11 áreas que integram o IPCA-15 tiveram quedas em setembro. A menor variação ocorreu em Recife (-0,93%), influenciada pela queda nos preços da gasolina (-13,85%). A maior variação foi em Belém (0,50%), puxada pela energia elétrica residencial (10,52%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 13 de agosto e 14 de setembro de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de julho a 12 de agosto de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.