Confira análise de André Meirelles, diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP
O IPCA de dezembro surpreendeu negativamente o mercado ao apresentar uma variação mensal de 0,56%, frente ao consenso de 0,48%. Com esse dado, o IPCA fecha 2023 em alta acumulada de 4,63%, dentro do intervalo superior de tolerância da meta de inflação.
A maior alta do mês foi do grupo alimentação e bebidas, que variou 1,1%. O aumento nos preços desse grupo pode ser explicado por fatores climáticos, que impactaram na produção de tubérculos, hortaliças e frutas. Lembrando que o preço dos alimentos in natura tende a ser mais volátil.
A abertura do índice também surpreendeu negativamente. O núcleo da inflação, medida que desconsidera os componentes mais voláteis do IPCA, surpreendeu negativamente, avançando 0,45% no mês, acima da projeção de 0,39%. E os serviços subjacentes, que engloba itens mais sensíveis à política monetária avançou 0,51% no mês, bem acima da estimativa de 0,38%.
Além disso, o índice de difusão avançou de 52% em novembro para 63% em dezembro, mostrando que esse aumento foi mais difundido entre os diferentes grupos de preço.
Após o dado, os juros futuros de curto e médio prazo passaram a variar positivamente, com destaque para o vértice de 2026, que chegou a aumento de 0,57%. Apesar disso, o resultado do IPCA de hoje não deve mudar as perspectivas do COPOM para próxima reunião, que deve seguir a sinalização de reduzir a Selic ao passo de -0,5%.