Confira análise de Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos
O IPCA teve alta de 0,62% (exp 0,45%) em dezembro de 2022, fechando o ano com alta de 5,79% (ante 10,05% em 2021), pressionado por saúde, que teve a maior contribuição de alta, subindo 1,60%, e a continuidade da pressão em alimentos.
De acordo com Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, a abertura do IPCA foi bem ruim, com preços livres acelerando de 0,21% para 0,74% (9,37% a/a), levando a difusão para 69,0% (maior desde junho de 2022) e a média dos núcleos acelerando de 0,32% para 0,67% (9,29% a/a). “Só não foi pior porque a sazonalidade joga contra, já que a época de fim de ano é de inflação elevada, mas a abertura foi bem ruim, principalmente pela aceleração de difusão e da média dos núcleos. Não vejo motivo para alterar a projeção de IPCA de 2023. Esperamos alta de 5,50%, sem considerar o retorno dos impostos sobre combustíveis”, comenta.
Quanto ao Copom, a Nova Futura Investimentos projeta que o Banco Central (BCB) vai esperar até o fim do 1º trimestre de 2023 para decidir sobre uma possível retomada do ciclo de alta de juros, atualmente precificada pelo mercado. “Por enquanto, o cenário básico é de que o BCB não irá cortar a taxa Selic em 2023, mas dependendo da transmissão da inflação de serviços pela PEC da Transição e se a desoneração de combustíveis acabar, acreditamos que há chances significativas de o Copom retomar o ciclo de alta no 2T23”, finaliza Borsoi.