Tradicionalmente uma dor das PMEs varejistas, dificuldade agora atinge novas camadas, chegando a distribuidores e grandes indústrias, o que abre espaço para as fintechs B2B
Os recentes casos de grandes empresas em dificuldades financeiras e alta taxa dos juros básicos da economia acenderam um alerta ainda maior ao mercado sobre o risco de inadimplência. Dados do Indicador de Inadimplência da Serasa Experian já apontavam que o Brasil tinha no ano passado 6,3 milhões de empresas com dívidas atrasadas. O eventual cenário de “credit crunsh”, termo em inglês para designar crises graves no mercado de crédito, afeta fortemente as pequenas e médias empresas e se torna um ponto de preocupação para companhias maiores, até então fora do radar de inadimplência. Isso tem levado à busca de novas formas de contornar esses desafios e algumas fintechs têm se posicionado com sucesso nesse espaço.
“Se antes, o mais comum éramos ver o pequeno varejo em dificuldade, agora essa necessidade chega também à indústria, fazendo com que busquem soluções financeiras que desburocratizem o acesso ao crédito no mercado”, comenta Francisco Pereira CEO da Trademaster, fintech que alavanca as vendas nas cadeias de distribuição e impulsiona o crescimento sustentável do varejo.
Com o risco aumentado em meio ao cenário de juros básicos (Selic) em 13,75% e a inflação alta, a indústria procura por novas possibilidades para manter a saudabilidade dos negócios. “É justamente nesse momento de maior risco, que as indústrias, em busca da redução da inadimplência e da melhora dos seus KPIS financeiros, como a diminuição do DSO e Working Capital, tem buscado por alternativas”, complementa o CEO da Trademaster.
Dados divulgados pelo Banco Central revelam uma desaceleração da expectativa de crescimento das carteiras nominais de crédito neste ano. Com crédito menos acessível, outras soluções ganham destaque, como as oferecidas pelas fintechs.
Para Pereira, os casos recentes de rombos orçamentários e suas consequências deixam um alerta e um aprendizado ao mercado. “Nenhuma solução para um problema complexo é simples, mas certamente a de ter um serviço que assume a inadimplência da indústria, além de dar um fôlego para toda a cadeia, representa uma saída”, pontua o empreendedor.