Historicamente associado à morosidade, aos altos custos e à burocracia, o setor jurídico passa por um processo de transformação impulsionado pelo avanço das legaltechs — startups ou empresas que desenvolvem soluções tecnológicas voltadas para a área jurídica. Essas inovações têm modificado a forma como organizações, profissionais do Direito e consumidores se relacionam com os serviços jurídicos. Soluções baseadas em inteligência artificial, automação de contratos e gestão de processos judiciais vêm contribuindo para tornar as atividades do setor mais ágeis, precisas e eficientes.
Segundo a Future Market Insights, o mercado global de legaltechs deve atingir US$ 68,04 bilhões até 2034. No Brasil, o setor também avança rapidamente: desde 2017, o número de empresas associadas à AB2L cresceu mais de 300%. Esse movimento é impulsionado por aportes expressivos, como os R$ 126 milhões recebidos pela NetLex e os R$ 16 milhões da Lexter.ai, além de aquisições estratégicas, como a compra da D4Sign pela Zuchetti e da Deeplegal pela Softplan.
Um exemplo desse movimento é a DeltaAI, legaltech fundada em 2024, especializada na prevenção de litígios empresariais por meio de inteligência artificial e jurimetria. “Legaltechs não são apenas startups jurídicas, mas soluções práticas para problemas reais. Com tecnologia e dados, conseguimos prevenir conflitos, aprimorar decisões e reduzir significativamente o volume de processos judiciais”, afirma Patrícia Carvalho, CEO e cofundadora da empresa. A plataforma da DeltaAI analisa interações com clientes, histórico de processos e tendências do Judiciário para identificar padrões de comportamento e pontos críticos, permitindo que as empresas adotem uma abordagem preventiva antes que os problemas se transformem em litígios.