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Levantamento do Instituto Lado a Lado pela Vida traça cenário do câncer de próstata no Brasil

Novembro Azul: entenda como o seguro de Vida pode ajudar a combater fatores de risco do câncer de próstata / Foto: Andrea Piacquadio / Unsplash Images
Foto: Andrea Piacquadio / Unsplash Images

Em 2023, foram registrados 44.660 casos de câncer de próstata; 54% dos pacientes chegam com a doença avançada nos estádios 3 e 4, sendo que a cada 38 minutos um homem morre de câncer de próstata

O câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, sendo a segunda maior causa de morte por câncer nessa população. A prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado, em tempo oportuno, representam grandes desafios para o sistema público de saúde. Há 13 anos, em 2011, o Instituto Lado a Lado pela Vida criou o Novembro Azul – campanha anual dedicada à conscientização da saúde masculina, em especial ao diagnóstico precoce do câncer de próstata. Desde então, a campanha tem aberto espaço para outras questões de saúde masculina, incentivando um olhar integral sobre o autocuidado e a busca por acompanhamento médico regular, além da orientação sobre os seus direitos.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a expectativa de vida dos homens no Brasil é, em média, cerca de 7 anos menor do que a das mulheres por uma combinação de fatores, desde a exposição a comportamentos de risco até a menor frequência para consultar profissionais de saúde. Soma-se a isso, o fato de que 62% dos homens só procuram ajuda médica quando a dor e insuportável, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Lado a Lado pela vida. De acordo com Marlene Oliveira, fundadora e presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, o objetivo da campanha deste ano é incentivar o autocuidado para que os homens fiquem atentos aos fatores de risco e salientar que cada passo conta nessa jornada. “O câncer de próstata, quando diagnosticado precocemente, tem grande chance de cura. O que não pode acontecer é, por preconceito, não buscar ajuda médica, deixar de se cuidar e o sistema de saúde não conseguir dar acesso para o diagnóstico precoce do câncer de próstata”, enfatiza.

No Brasil, a situação é alarmante, pois os pacientes têm chegado na rede pública com a doença avançada. Dos 44.660 casos diagnosticados em 2023, 54% são dos estádios 3 e 4; e 62% dos homens só procuram ajuda médica quando a dor é insuportávelOs números apresentados fazem parte do levantamento Câncer de Próstata no Brasil: Análise de base de dados públicos 2022 a 2024, realizado pelo Instituto Lado a Lado Pela Vida, que faz o cruzamento das informações também com os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Ministério da Saúde (MS), ou seja, são dados referentes ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Temos desafios grandes para enfrentar. O primeiro é em relação ao homem vencer a resistência em procurar o serviço de saúde, depois melhorar o acesso no que envolve as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a regulação. Os pacientes têm chegado com o diagnóstico muito tardio, quando não há muito o que se fazer. É mais que urgente mudarmos esse cenário”, afirma.

Segundo o oncologista Igor Morbeck, membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida, o diagnóstico tardio torna o tratamento mais complexo e pode diminuir as opções terapêuticas disponíveis. “O câncer de próstata não difere de outros tipos de tumor, que podem apresentar rápido crescimento, com células malignas se multiplicando e disseminando a doença para outras partes do corpo. Quando o paciente chega com o tumor em estado avançado, o câncer que antes poderia ser removido cirurgicamente em estádios iniciais, pode se tornar inoperável se o tratamento for adiado, com metástases que podem se formar, exigindo terapias mais agressivas e, consequentemente, maiores efeitos colaterais para o paciente”, explica.

Em 2023, foram gastos R$ 18,8 milhões em prostatectomias (procedimento cirúrgico) e R$ 202,5 milhões em hormonioterapia, seguidos de R$ 131,6 milhões em radioterapia e R$ 82,4 milhões em quimioterapia. Diante deste cenário, é possível afirmar que o tratamento tardio fica mais oneroso também, elevando os gastos da saúde. Para o Dr. Morbeck, esse é um ponto de atenção já que o câncer de próstata se diagnosticado precocemente, nos estádios 1 e 2, apresenta indicação para cirurgia. “Este é padrão ouro de tratamento quando o câncer ainda é inicial. Mas temos visto mais casos avançados quando o tratamento é realizado com hormonioterapia, quimioterapia e radioterapias”, completa o oncologista. 

Confira os dados consolidados ano a ano e registro de casos por estados

Na Região Sudeste, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os três mais populosos e, consequentemente, com maior estrutura para diagnóstico e tratamento. Por isso, são os que mais acumulam registro de casos de câncer de próstata. Quando comparada com as demais regiões, como a Norte, que tem menor número de casos da doença, é possível levar ao entendimento de que há subnotificação e que pode estar ligada à falta de estrutura, acesso e vazios assistenciais. 

Em 2022, 89,95% dos diagnósticos de pacientes com câncer de próstata foram realizados pelos Centros Especializados em Oncologia (CACONS) e Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (UNACONS). Já no ano de 2023, a participação foi de 89,11% – o que não difere muito dos registros apontados até o presente momento em 2024 que é de 84,93%. Os dados destacam a importância das unidades de alta complexidade em oncologia na realização do diagnóstico do paciente, que deveria estar sendo realizado em ambiente de média complexidade. 

No quadro abaixo, o registro de novos casos de câncer de próstata no SUS referem-se ao período de janeiro a agosto de 2024.

Divulgação
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Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer

Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata terem melhorado significativamente as taxas de sobrevida, os óbitos são uma realidade preocupante tanto por conta de casos diagnosticados tardiamente ou com características mais agressivas, especialmente frente ao cenário existente no Sistema Único de Saúde (SUS) – disparidades regionais, falta de equidade, grandes vazios assistenciais, falta de planejamento e organização. No ano de 2023, foram registrados 16.897 óbitos, mais de 46 por dia – um número muito elevado.

A redução das taxas de mortalidade depende de estratégias abrangentes de prevenção, rastreamento precoce e tratamento adequado, com foco em garantir o acesso equitativo a cuidados de saúde de qualidade. A Lei 14.758/2023, que institui a nova Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) em implementação, traz de forma explícita em seus objetivos a redução da mortalidade. Observa-se alguns reflexos importantes quando se trata de câncer de próstata, mas que estão ainda muito aquém do que realmente é necessário. Para Marlene Oliveira, é importante que a Lei aconteça na prática para mudar a jornada dos pacientes. “A Lei é fundamental e o trabalho de todos para implementá-la é que fará a diferença na melhoria do cenário do paciente com câncer de próstata no Brasil, sempre respeitando as suas especificidades”, completa.

Campanha Novembro Azul 2024 – ‘Saúde do Homem, Cada Passo Conta’

Para a campanha de 2024, o mote “Saúde do Homem, Cada Passo Conta” foi criado para lembrar que a jornada pela saúde é um caminho que exige passos de coragem e compromisso ao longo da vida. Na identidade visual, o labirinto é o símbolo central, sendo um caminho que muitos não enxergam a saída – enfrentando as dúvidas, os desafios e, muitas vezes, o pesado estigma que impede vários homens de buscar ajuda médica ou cuidar da própria saúde.

A ideia de que “cada passo conta” se relaciona com a travessia desse labirinto: assim como em um labirinto, a jornada pela saúde exige decisões constantes. Pequenas escolhas, como marcar consultas preventivas, adotar hábitos saudáveis, fazer exames e buscar informações, são passos que podem fazer toda a diferença para uma vida mais longa e com qualidade. A imagem do labirinto reforça essa noção de que o caminho pode ser complexo, mas cada avanço em direção ao cuidado e à saúde é fundamental e transformador. O mesmo valendo para os passos e respostas que o sistema de saúde precisa dar para a inclusão e acesso do homem a uma jornada integral no enfrentamento do câncer de próstata.

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