Apenas 10% das pessoas que possuem consórcio ativo são endividadas; Cartões de crédito e empréstimos são maiores vilões
Uma pesquisa inédita da Embracon, uma administradora de consórcios com 35 anos de mercado, realizada com 2.500 clientes ativos da empresa, mostrou que apenas 10% afirmam que estão com dívidas. Desse recorte, os cinco maiores vilões apresentados foram: cartão de crédito (49%), empréstimo (44%), emprestei meu nome (20%), cheque especial/limite (16%) e lojas (14%). 53% afirmam que o consórcio gerou um impacto positivo em suas vidas financeiras.
A pesquisa quantitativa, aplicada através de um questionário com clientes ativos, foi realizada pelo Laboratório de Descoberta e Inovação da Embracon, e liderada por Roger Laureano, pesquisador PhD. “Alcançamos 2456 respostas e a margem de erro é de 2% considerando um nível de confiança de 95%”, avalia.
Além disso, a pesquisa mostra que a maioria dos clientes faz algum tipo de controle dos gastos mensais. 49% deles colocam tudo em papel ou planilha, 10% controlam por aplicativo de celular e 21% anotam os principais gastos. “Mesmo entre os endividados, os números são bem mais animadores do que a média nacional apontada pelo Serasa, e o consórcio, de acordo com os próprios clientes, é uma parte importante dessa melhora no controle financeiro”, explica Roger Laureano, sociólogo líder da pesquisa.
Já sobre a perspectiva de quitação, há números positivos e negativos, pois 88% dos clientes afirmam que vão conseguir pagar suas dívidas. 52% deles tem certeza disso e 36% “acreditam” nisso. 9% não sabe se vai conseguir pagar, 3% afirmam que acha muito difícil e 1% já desistiu de pagar.
Controle financeiro na prática
A pesquisa ainda mostra que 53% dos endividados afirmam que o consórcio gerou um impacto positivo em suas vidas financeiras. Luís Toscano, vice-presidente de Negócios da Embracon afirma que o consórcio é uma modalidade de compra que ajuda na programação financeira e, consequentemente, na redução do endividamento das famílias. “Com a pesquisa, podemos concluir que o consórcio, segundo os próprios clientes, tende a ter um impacto positivo para que eles não se endividem no futuro”.
Guilherme Bento, 23, é de Osasco (SP), possui uma cota de automóvel e uma de imóvel. “No ano passado tive uma terceira cota de automóvel, fui contemplado e vendi para ter a renda. Sempre que possível, gosto de buscar o consórcio porque é um excelente investimento”, afirma o empresário que possui uma agência de marketing digital, a Prime Lead.
Umas das formas que Bento encontrou para gerir melhor suas dívidas e ter mais controle financeiro com o consórcio foi usá-lo para quitar um financiamento imobiliário. “A cota de imóvel, pretendo usar para quitar o financiamento do meu apartamento e poder usufruir do bem sem os juros da modalidade”.
Bruno Ramos, 40, é corretor de imóveis, mora na região metropolitana de Salvador e está usando a carta de crédito do consórcio de imóvel para construir seu novo escritório. “A obra está em 70% de fase de construção, o consórcio vai liberando crédito conforme o cronograma de construção. Com isso, economizei muito e me livrei dos juros bancários que são bem mais altos do que a taxa administrativa”, explica.
O casal, Luan, 29, e Talita (28), mora na região de Santos, litoral paulista e tinham acabado de pagar um financiamento de um carro. Para continuar investindo, optaram por comprar uma cota de imóveis. “Quitamos um financiamento e pensando em usar aquela parcela que a gente pagava, fizemos um consórcio de imóveis, porque não queríamos mais pagar os juros absurdos do financiamento”. O casal indica a modalidade para quem tem um planejamento financeiro. “Para a pessoa que tiver um planejamento pra isso, é muito indicado o consórcio”, avalia.
O sistema de consórcios teve alta histórica no primeiro semestre
Altas taxas de juros e novos hábitos de consumo impulsionaram o mercado de consórcios. Em 2022, foram liberados 252 bilhões de reais através deste mercado, segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). Já este ano, até junho, os negócios do setor atingiram mais de R$ 144 bilhões em créditos comercializados, 20,4% de crescimento em relação a 2022.
Dados principais:
Você possui alguma dívida?
10% afirmam que sim.
Adquiriu há mais de um ano?
81% afirmam que sim
Qual a natureza da dívida?
Cartão de crédito 49%
Empréstimo 44%
Emprestei meu nome 20%
Cheque especial/limite 16%
Lojas 14%
Impostos 11%
Escola/faculdade 8%
Contas básicas (água, luz, gás) 7%
Aluguel 3%
Telefonia 3%
Dívidas por classes
Classe A (acima de R$22.000,00)
4%
Classe B (entre R$7.100,00 e R$22.000,00)
28%
Classe C (entre R$2.900,00 e R$7.100,00)
40%
Classe D/E (abaixo de R$2.900,00)
21%
Não desejo declarar
7%
O consórcio te ajudou a ter controle financeiro?
Clientes não endividados:
52% afirmam que sim
40% afirmam que não, porque já tinham controle
8% afirmam que não ajudou
Clientes endividados:
53% afirmam que sim
17% afirmam que não, porque já tinham controle
30% afirmam que não ajudou
Você faz controle de gastos?
Clientes não endividados:
49% deles colocam tudo em papel ou planilha
10% controle por aplicativo de celular
21% anota os principais gastos.
10% afirma fazer esse controle “de cabeça
6% controla apenas de vez em quando enquanto
3% afirma não fazer controle nenhum de gastos.
Clientes endividados:
41% deles colocam tudo em papel ou planilha
4% controle por aplicativo de celular
23% anota os principais gastos.
12% afirma fazer esse controle “de cabeça
11% controla apenas de vez em quando enquanto
8% afirma não fazer controle nenhum de gastos.