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Lições que aprendi na China e que serão tendências no setor financeiro em 2025

Daniel Moreira, diretor de Novos Negócios da Conta Simples / Foto: Gladstone Campos / Divulgação
Daniel Moreira, diretor de Novos Negócios da Conta Simples / Foto: Gladstone Campos / Divulgação

Confira artigo de Daniel Moreira, diretor de Novos Negócios da Conta Simples

Visitar a China é como viajar para o futuro. Com mais de um bilhão de pessoas usando smartphones, ruas silenciosas por conta dos carros elétricos e um mercado de e-commerce que movimenta cifras trilionárias, o país se consolidou como um dos maiores laboratórios de inovação do mundo. Durante uma imersão para fintechs organizada pela NVA Capital em parceria com a StartSe, tive a oportunidade de explorar de perto as forças que vão moldar o futuro dos negócios globais. Entre Beijing e Shanghai, ficou claro que a China não é apenas uma potência industrial do passado, é também o epicentro de tendências tecnológicas que devem transformar o setor financeiro global nas próximas décadas.

Uma das principais lições que trouxe da China é a velocidade com a qual os produtos e tecnologia evoluem ao longo do tempo. Startups recém criadas já possuem modelos de IA que rodam consultas a uma fração do custo do ChatGPT. Empresas como JD.com e Bytedance utilizam dados dos usuários em tempo real para criar experiências personalizadas que aumentam a satisfação e a fidelidade do cliente dia após dia. Por aqui, no Brasil, o caminho é o mesmo. De acordo com o Anuário CX Trends 2024, pesquisa realizada pela OpinionBox em parceria com a Octadesk, 52% dos entrevistados concordam que dariam preferência para comprar de marcas que ofereçam uma experiência superior e até pagariam mais (30% dos consumidores) por conta disso. O nosso mercado de fintechs já está atento a essa movimentação e começa a seguir a tendência com a introdução de ferramentas conversacionais que viabilizam transações financeiras por meio de poucas palavras, por exemplo.

Durante a imersão, observei que tudo é muito fácil na China: nós pedimos uma refeição durante a viagem de trem-bala e a entrega aconteceu diretamente em nossos assentos. Com os super apps tudo na China está a alguns cliques de distância: ferramentas como o WeChat e o AliPay transcendem o conceito de aplicativos tradicionais a partir da integração de pagamentos, investimentos, e-commerce e até mesmo serviços governamentais em uma única plataforma. No Brasil, enxergo um enorme potencial de aplicação, especialmente para PMEs que demandam soluções ágeis e integradas para gerir suas rotinas financeiras. Essa centralização otimiza processos, reduz custos e melhora a eficiência operacional, um valor fundamental para as empresas que desejam crescer de forma sustentável.

Os chineses são muito pragmáticos e buscam desenvolver tecnologia de maneira prática e orientada a resultados. No campo da Inteligência Artificial, por exemplo, as evoluções recentes na China reforçam a visão de que a IA no dia a dia deve ser aplicável a problemas práticos, enquanto no Ocidente ainda é frequentemente associada à sofisticação acadêmica. Durante a imersão, vi aplicações que vão desde o desenvolvimento de códigos e design até a análise preditiva de gastos e recomendações automatizadas. Por isso, as empresas brasileiras que passarem a adotar essas soluções de IA não só otimizarão os processos como também ganharão uma vantagem competitiva essencial em mercados cada vez mais dinâmicos.

Com investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento em universidades já acima dos patamares realizados nos EUA, a China se posiciona como líder global em registro de patentes e inovação tecnológica. Essa efervescência transforma o mercado interno e influencia parceiros comerciais como o Brasil, como volume de negócios entre os dois países atualmente em US$ 160 bilhões. Para nós, que atuamos na gestão de despesas corporativas, essa parceria representa uma janela de oportunidades para importar soluções inovadoras e adaptá-las às necessidades locais.

A imersão na China foi mais do que uma experiência de aprendizado: além de entender mais sobre tendências em tecnologia e pagamentos, pudemos ver na prática muito sobre como a China se posicionou se tornou o centro de desenvolvimento de tecnologia global – tendo a tecnologia 5G e os carros elétricos como exemplos. Foi um vislumbre do futuro em que a tecnologia deixa de ser um diferencial e passa a ser uma necessidade para prosperar.

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