CEO da Pipo Saúde compartilhou suas visões sobre a presença feminina em cargos de liderança e os desafios e avanços na equidade de gênero dentro do mercado
No especial do Universo do Seguro para o Dia Internacional da Mulher, o jornalista William Anthony entrevistou Manoela Mitchell, CEO e cofundadora da Pipo Saúde. Em um bate-papo inspirador, Manoela compartilhou suas visões sobre a presença feminina em cargos de liderança e os desafios e avanços na equidade de gênero dentro do mercado.
Avanço das mulheres na liderança
Nos últimos anos, a presença feminina em cargos executivos tem crescido. “Há pouco tempo, as mulheres ocupavam menos de 2% dos assentos de presidência nas empresas. Hoje, esse número está próximo de 6% no Brasil”, destacou Manoela. Embora a evolução seja evidente, a CEO ponderou que o crescimento poderia ser mais acelerado, considerando as diversas evidências empíricas de que mulheres na liderança impulsionam ambientes inovadores e inclusivos.
Para Manoela, um dos principais desafios para essa ascensão é a falta de repertório e o comodismo de lideranças masculinas. “Como temos poucas mulheres na liderança, muitas pessoas nunca conviveram com uma mulher liderando. Isso cria um ciclo vicioso”, explicou. Ela também destacou que a tendência natural do ser humano é manter-se em “tribos”, dificultando a inclusão de perfis diversos em posições estratégicas.
Estratégias para impulsionar a equidade
Quando questionada sobre estratégias para acelerar a participação feminina em cargos executivos, Manoela enfatizou a importância de ações concretas por parte das empresas e dos governos. “Compliance e cultura andam juntas. Se queremos um ambiente corporativo mais equitativo, precisamos de regulamentações que nos impulsionem nessa direção”, afirmou. Ela citou países que exigem um percentual mínimo de mulheres em conselhos administrativos como exemplos positivos.
No âmbito empresarial, Manoela ressaltou a necessidade de programas de desenvolvimento para mulheres, networking estratégico e formação em governança corporativa. “Muitas vezes falamos apenas sobre como as mulheres podem ocupar esses lugares, mas a discussão deveria incluir como os homens podem abrir espaço para elas”, reforçou.
Empreendedorismo feminino e captação de investimentos
Como fundadora de uma healthtech, Manoela também compartilhou sua experiência na captação de investimentos para startups lideradas por mulheres, um segmento ainda marcado por desigualdade. “O primeiro passo é se conectar com o ecossistema de venture capital. Conhecimento sobre como funciona esse mercado é essencial para quem deseja atrair investidores”, afirmou. Segundo ela, entender as regras do jogo e desenvolver networking com decisores são estratégias fundamentais para superar barreiras.
Impacto da liderança feminina na cultura e na inovação
Manoela também abordou o impacto positivo das lideranças femininas no ambiente corporativo. “Há um mito de que a agressividade – associada ao masculino – fomenta inovação. Na verdade, o que impulsiona a inovação é um ambiente que tolera erros e promove o debate de ideias. E é justamente isso que as mulheres trazem para as organizações”, explicou.
Ela ressaltou que, no mercado de seguros, a presença feminina vem crescendo, citando nomes como Raquel Reis, CEO da SulAmérica, e Lucena Carvalhal, da Miu. “Os exemplos são essenciais para que outras mulheres enxerguem que é possível ocupar esses espaços”, destacou.
Mensagem de inspiração
Ao final da entrevista, Manoela deixou uma mensagem para as mulheres que desejam crescer em suas carreiras. “A trajetória das mulheres na liderança é desafiadora, mas temos avançado muito. Precisamos continuar impulsionando essa mudança, seja por meio da busca por qualificação, networking ou exigindo que empresas e governos promovam a equidade de gênero de forma intencional”, concluiu.
