Pesquisa da BioCatch destaca os desafios e prioridades das instituições financeiras brasileiras no combate à Dark Economy
Um estudo inédito da BioCatch sobre Dark Economy (economia sombria) aponta que as instituições financeiras brasileiras enfrentam desafios crescentes no combate à lavagem de dinheiro e fraudes, acompanhando uma tendência mundial. Quase 80% dos 800 líderes globais em gestão de fraudes, combate à lavagem de dinheiro e conformidade entrevistados na pesquisa afirmam que as organizações criminosas hoje são mais sofisticadas na lavagem de dinheiro do que as instituições financeiras (IFs) na detecção dessas práticas ilícitas.
No cenário brasileiro, o estudo “Insights sobre o invisível: perspectivas sobre os desafios da evolução de fraudes e combate à lavagem de dinheiro”, publicado hoje pela BioCatch, revela números expressivos. 40% de instituições financeiras que atuam no Brasil destinam entre US$ 25 milhões e US$ 49,9 milhões anualmente para tecnologias de detecção de fraudes, enquanto 31% dos profissionais apontam a privacidade e a segurança dos dados como o maior desafio a ser superado. Além disso, 89% defendem a necessidade de uma maior intervenção regulatória para o combate à lavagem de dinheiro, e 28% afirmam que ampliar a supervisão de instituições não financeiras é essencial.
“A sofisticação dos crimes financeiros exige uma resposta coordenada e o uso de tecnologias avançadas para proteger o sistema financeiro e a sociedade”, afirma Cassiano Cavalcanti, Diretor de Pré-Vendas LATAM da BioCatch. “Acreditamos que o compartilhamento de informações e a colaboração entre os setores público e privado são essenciais para combater o Dark Economy de forma eficaz”.
Somado a isso, 23% dos entrevistados relatam perdas anuais entre US$ 25 milhões e US$ 49,9 milhões decorrentes de fraudes, e 76% consideram que as organizações criminosas são mais avançadas nos métodos de lavagem de dinheiro do que os bancos na detecção desses crimes. Ainda, 59% dos respondentes identificam que as transações fraudulentas ocorrem de forma equilibrada entre indivíduos mal-intencionados e organizações criminosas.
“Os dados demonstram que o Brasil está alinhado com as preocupações globais em relação à lavagem de dinheiro e evidencia a necessidade de investimentos contínuos em tecnologia e colaboração para enfrentar esses desafios”, ressalta Cassiano Cavalcanti.
Dados globais
Em âmbito global, o Relatório Global de Crimes Financeiros da Nasdaq apontou que US$ 3,1 trilhões em fundos ilícitos circularam pelo sistema financeiro mundial em 2023, um número possivelmente conservador. De forma análoga, 83% dos entrevistados na pesquisa da BioCatch reconheceram a ligação entre fraudes e outros crimes, como terrorismo e tráfico de drogas e pessoas. Cassiano Cavalcanti destaca ainda: “Em 2024, os clientes da BioCatch identificaram e agiram em quase 2,3 milhões de contas ‘mulas’, que são uma espécie de conta de passagem para dinheiro ilícito. E em 2025 já foram detectadas mais de 500 mil contas utilizadas para lavagem de dinheiro. Esses números evidenciam que os criminosos operam por meio dos principais bancos do planeta”.
A pesquisa também aponta que os criminosos têm adotado tecnologias emergentes para aprimorar suas operações ilícitas. Ferramentas de inteligência artificial, mídias sociais e fóruns da dark web foram citados por 78%, 76% e 73% dos entrevistados, respectivamente, como fatores que aumentaram a sofisticação dos crimes financeiros. Além disso, 84% dos participantes concordam que combater a Dark Economy é essencial para enfrentar os desafios atuais do setor.
No entanto, há um contraste notável: enquanto 77% dos entrevistados acreditam que os bancos globais estão vencendo a guerra contra o crime financeiro, apenas 55% sentem que suas próprias organizações possuem um impacto significativo nessa luta. Esse cenário se agrava com a abordagem fragmentada na investigação de casos de lavagem de dinheiro – 61% afirmam que um episódio geralmente desencadeia investigações mais amplas, porém 41% relatam que suas organizações limitam a análise à conta individual em questão.
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