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Líderes se reúnem para debater expectativas para o mercado de carbono e economia verde em 2024

Foto: Gilberto Francisco / Pautei / Divulgação
Foto: Gilberto Francisco / Pautei / Divulgação

Cerca de 100 pessoas marcaram presença no seminário que abordou questões relacionadas aos créditos de carbono, finanças regenerativas, blockchain, ESG e sustentabilidade

Aconteceu na última segunda-feira (13) no AYA Earth Partners, em São Paulo, o seminário “Ação Climática em Foco”, um evento da B4 – primeira bolsa de crédito de carbono do Brasil – e da DEEP, com realização da AWA Growth Partner, que reuniu cerca de 100 participantes que acompanharam, em 4 painéis, especialistas que discutiram temas relacionados ao universo da chamada “Economia Verde”.

Entre os temas discutidos, os especialistas debateram a respeito da regulamentação do mercado de carbono, discutindo sobre os dois mercados existentes – o regulado e o voluntário – trazendo perspectivas jurídicas e técnica sobre a PL 412, que regulamenta este mercado. Um ponto de destaque deste painel, foi a fala de Arthur Covatti, CEO e Cofounder da DEEP, que citou a importância das florestas no contexto do mercado de carbono. “Cerca de 40 gigatoneladas de CO2 são emitidas por ano, e dessa quantidade, cerca de 5 a 6 gigatoneladas estão ligadas à destruição de florestas tropicais”, disse Covatti, provocando uma reflexão a respeito do desmatamento.

Outro painel tratou sobre as finanças regenerativas (ReFi), que se referem, basicamente, ao conceito de uma solução que auxilia na resolução de problemas do mercado e do meio ambiente por meio do Blockchain. O objetivo desse modelo é permitir que empresas e pessoas tratem de suas iniciativas sustentáveis de forma mais acessível e transparente.

Neste painel, Luiz Fernando Quaglio, Sustainability Specialist ESG no Banco BV, destacou o compromisso dos bancos com esse modelo: “a ideia é que até 2030 os bancos possam assegurar para onde os recursos dos fundos de investimentos estão indo, e a tecnologia Blockchain é uma das responsáveis por essa transparência”. Além de Quaglio e os outros convidados, o painel sobre ReFi teve a presença de Michelle Borges, consultora de ESG e Sustentabilidade no Bureau Veritas Group, que trouxe uma reflexão a respeito da importância das empresas olharem para além dos créditos de carbono. “É preciso que as empresas tenham um olhar macro para comunicar suas ações ESG, focando em todo ecossistema. Ou seja, é preciso comunicar as ações sociais também e, dentro do pilar da sustentabilidade, todas as questões em torno da temática, de forma a olhar para um todo”, afirmou Michelle.

Seguindo com os painéis, a questão da rastreabilidade do crédito de carbono também foi debatida, com foco no blockchain, que é a tecnologia por trás dos registros completos e inalteráveis das transações de crédito de carbono. Assim como dito no evento pelo CEO da B4, Odair Rodrigues, “o blockchain previne fraudes e duplicações nas transações de compra e venda dos créditos de carbono, contribuindo com a integridade desse mercado, que promete avançar ainda mais em 2024”.

Ainda no painel sobre rastreabilidade, Fabrício Tota, Diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin destacou a segurança do Blockchain: “a rastreabilidade e a imutabilidade dos registros de dados na tecnologia do Blockchain são dois pontos essenciais quando falamos em segurança dos registros de dados. Essa segurança é a solução que a indústria precisa, inclusive quando falamos em compra e venda de créditos de carbono”, sinalizou.

Para finalizar o evento, foram convidados representantes de algumas empresas membros da AYA Earth Partners, que compartilharam iniciativas de ação climática realizadas por elas, além de apresentarem indicadores e informações reais sobre o impacto dos negócios no ecossistema dos chamados “negócios regenerativos”.

O seminário ainda trouxe grandes expectativas para 2024, que deve ser ainda mais promissor para o mercado de carbono. “A pauta das mudanças climáticas e mercado de carbono é uma pauta que começou a ser levantada há algum tempo, mas que vem ganhando ainda mais destaque agora, já que estamos passando por um período importante com a regulamentação do mercado de carbono, e sentindo na pele os efeitos das mudanças climáticas. Para o ano que vem, a temática acerca da sustentabilidade, ESG nas empresas e, claro, os créditos de carbono, ficará ainda mais em evidência”, finalizou Odair Rodrigues, CEO da B4.

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