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Lula faz o dólar subir novamente

Renda fixa nos EUA: título similar ao CDB rende 5,65% em dólar / Foto: Alexander Mils / Unsplash Images
Foto: Alexander Mils / Unsplash Images

Confira análise do fechamento de mercado financeiro esta semana por Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank

O Ibovespa fechou o pregão na segunda-feira, 24, em alta de 1,07%, aos 122.637 pontos. Foi o quinto pregão de recuperação do principal índice da B3. Apesar da sequência positiva, a bolsa caminha para fechar o segundo semestre do ano em queda. A queda acumulada no ano está em 8,6%, refletindo um histórico de incertezas políticas e risco fiscal que se instalou no mercado no último mês.

Após o alívio das duas sessões anteriores, o dólar voltou a operar em alta frente ao real na terça-feira, fechando com alta de mais de 1%, a R$ 5,453. Esse movimento seguiu o fortalecimento da moeda no exterior, com os investidores acompanhando de perto a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e repercutindo falas do diretor do BC, Gabriel Galípolo, mas também atentos ao cenário internacional.

Em Brasília, debates sobre a renegociação de dívidas estaduais e medidas para compensar a desoneração da folha de pagamento reforçam a postura defensiva dos investidores. Esses fatores contribuem para o ambiente de incerteza e aversão ao risco no mercado doméstico.

Já na quarta-feira, 26, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,5191 na venda, em alta de 1,18%. Este é o maior valor de fechamento desde 18 de janeiro de 2022 — último ano do governo Bolsonaro — quando foi cotado a R$ 5,5608. Em junho, a divisa acumula elevação de 5,11% e, em 2024, alta de 13,8%. O Ibovespa também fechou em alta modesta na quarta-feira, sustentado pelo desempenho da Vale e de outras exportadoras com o avanço do dólar, enquanto o efeito de receios fiscais e da alta dos rendimentos dos Treasuries na curva de juros pressionou ações de empresas sensíveis à economia doméstica.

Após ter atingido na véspera o maior valor em dois anos e meio, o dólar à vista fechou a quinta-feira, 27, em leve baixa ante o real, mas acima dos R$ 5,50, com as cotações ainda refletindo a percepção de aumento do risco fiscal, em um dia em que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que a instituição não vai intervir no câmbio em função do nível das cotações.

O dólar abriu em queda nesta sexta-feira, mas logo inverteu a trajetória e passou a subir. Por volta de 10h, estava cotado a R$ 5,54, alta de 0,64%. Na mínima da manhã, caiu a R$ 5,48. No exterior, Donald Trump foi considerado vencedor no debate com Joe Biden na corrida presidencial americana, que ocorreu na noite de ontem. Isso fez o dólar subir no mercado asiático hoje. Investidores também digerem os dados de inflação nos EUA. O índice de preços de despesas pessoais (PCE) ficou estável em relação a abril, em linha com o esperado. Em abril, a leitura apontou alta de 0,3%. Na base anual, o PCE acumulou 2,6% em maio, em linha com a expectativa e levemente abaixo dos 2,7% em abril.

Às 13h52, o dólar à vista subia 1,12%, a R$ 5,569 na compra e R$ 5,570 na venda, chegando a bater os R$ 5,58 na máxima do dia. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto — que nesta sexta-feira passa a ser o mais líquido — subia 1,02%, aos R$ 5,559. A taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax, serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

Mais uma vez, as palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva agitaram o mercado financeiro, provocando uma nova escalada do dólar. Hoje, sexta-feira, 28, a divisa norte-americana iniciou as negociações com uma leve queda de 0,25%, mas logo reverteu a tendência, iniciando uma trajetória de alta. Os comentários de Lula geraram interpretações no mercado financeiro, sendo vistos como um sinal de sua intenção de interferir nas decisões do Banco Central assim que seu indicado assumir.

Neste mês, o dólar já acumula um aumento de 8,26%, enquanto no ano a alta chega a 14,97%. Esse movimento é influenciado por fatores tanto internos quanto externos, incluindo preocupações com os juros nos Estados Unidos. Nas últimas semanas, Lula intensificou suas críticas a Campos Neto e reforçou sua política de gastos públicos, o que contribui para a pressão sobre o câmbio. Às 15h47, o dólar à vista tinha máxima de R$ 5,5910, com alta de 1,52%.

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários operam no campo positivo, após o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) ficar estável no país em maio, na comparação com abril, em linha com o esperado por analistas ouvidos pela FactSet. O indicador é a métrica de inflação favorita do Federal Reserve.

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