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Manutenção da Selic em 15% reforça ganhos na renda fixa pós-fixada e pressiona ativos de risco, avalia BB Previdência

Foto por: Nicholas Cappello/ Unsplash Images
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Para Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência, cenário exige gestão ativa e cautelosa para fundos de previdência complementar

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve, nesta quarta-feira, a taxa Selic em 15% ao ano, prolongando o cenário de juros elevados no Brasil. A decisão, já esperada pelo mercado, reforça a atratividade das aplicações conservadoras de curto prazo e mantém sob pressão os ativos de risco, exigindo estratégias de alocação mais seletivas e disciplina na gestão das carteiras.

“A Selic a 15% ao ano proporciona ganhos consistentes em aplicações indexadas ao CDI, enquanto a valorização de ações e títulos públicos de longo prazo continua limitada pelo custo elevado de capital. Nosso foco é proteger o patrimônio dos participantes, capturando rentabilidade em instrumentos de menor risco e, ao mesmo tempo, avaliando oportunidades geradas pela queda de preços dos ativos de risco mais elevado”, afirma Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência.

Segundo o especialista, os fundos de previdência complementar fechada se beneficiam da renda fixa pós-fixada como principal fonte de retorno, mas precisam calibrar cuidadosamente a exposição a ativos de risco. “A pressão sobre ações e títulos longos exige cautela, mas a desvalorização desses papéis também abre espaço para posicionamentos estratégicos de médio e longo prazo, preparando as carteiras para um futuro ciclo de redução da Selic”, comenta.

Na avaliação de Serone, a manutenção da Selic também está alinhada a fatores internos e externos observados nos últimos meses. O cenário doméstico apresentou fortes sinais de arrefecimento da inflação, com expectativa de convergência para o intervalo da meta no horizonte de 12 a 24 meses. Isso permite ao Banco Central enxergar os efeitos da política monetária e manter a taxa estável até que as expectativas se consolidem em torno da meta.

“No cenário internacional, o grande destaque é a imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos, medida que pode reduzir a inflação local ao aumentar a oferta de produtos internamente, mas também trazer pressão cambial e acelerar a inflação. Além disso, uma eventual redução de juros nos EUA e em outras economias desenvolvidas pode acelerar o processo de flexibilização monetária no Brasil”, afirma.

Para 2025, a BB Previdência projeta que a Selic seguirá em 15%. Segundo o especialista, apenas com a inflação mais próxima da meta o Banco Central terá espaço para cortes consistentes, o que deve ocorrer apenas no início do próximo ano.
“A visão de cenário econômico é centrada na redução gradual da taxa de inflação mediante a manutenção da taxa Selic em patamar elevado. Assim, somente quando a inflação chegar mais próximo da meta esperamos reduções de juros, o que projetamos que deve ocorrer somente no início do ano que vem”, diz.

O cenário macroeconômico reforça essa postura. De acordo com o Boletim Focus, a inflação projetada para 2025 é de 5,10%, enquanto para 2026 recuou para 4,45%, já abaixo do teto da meta.

“Diante desse contexto, a BB Previdência mantém uma gestão ativa, equilibrando segurança e oportunidade, com o objetivo de garantir rentabilidade sustentável e proteger os planos de seus participantes em todas as fases do ciclo econômico”, conclui.

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