Cenário no curto prazo tende a ser volátil, mas nos médio e longo prazos a manutenção da taxa básica é benéfica para as carteiras, analisa Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de Investimentos da instituição, que estima a Selic em 10,50% ao final de 2024
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros em 10,50% ao ano traz mais oportunidades de ganhos para os planos previdenciários fechados com ativos livres de risco, como os títulos públicos e os atrelados ao CDI, avalia Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência, braço de previdência complementar fechada do conglomerado Banco do Brasil.
Assim como grande parte do mercado, a previsão do executivo é de a Selic permanecer neste nível até dezembro, diante do cenário internacional incerto, especialmente em relação à taxa de juros nos Estados Unidos, e das pressões inflacionárias e fiscais no Brasil, ele explica.
“A questão principal continua sendo: quando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) vai começar baixar a taxa? A expectativa, agora, é de que isso ocorra apenas em novembro por causa das eleições presidenciais”, diz Serone. O Fed mantém a taxa de juros em um intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano, o maior patamar em mais de 20 anos, desde julho de 2023, quando ela foi elevada em 0,25 ponto percentual.
No Brasil, pesam as incertezas fiscais, pressionadas em parte pelas eleições municipais deste ano, bem como o aquecimento da economia, o que influencia negativamente nos índices inflacionários, afirma o Diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência.
“Embora controlada, a inflação se descolou um pouco do centro da meta, o que deve fazer com que o Banco Central preserve sua cautela nas próximas reuniões para mantê-la sob controle.” As projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) vêm sendo revistas para cima gradualmente pelo mercado e já estão em 4,10% em 2024, bem acima dos 3% do centro da meta.
Como a Selic pode impactar os planos de previdência
“Com a expectativa de a Selic estacionar em 10,50% até o final de 2024, a janela de rentabilidade em Renda Fixa, como títulos públicos e CDI, é prolongada, aumentando as oportunidades nesses investimentos”, explica Serone, observando, entretanto, que no curto prazo o cenário pode ser de volatilidade. “Mas no médio e no longo prazos esse movimento será muito benéfico para as carteiras”.
Além disso, as fundações permanecem atentas às boas oportunidades de investimentos em Renda Variável no mercado internacional. “A BB Previdência tem investido em ações no Exterior, fazendo alocações táticas sem comprometer a liquidez das carteiras e dentro dos padrões de risco estipulados por sua Política de Investimentos; e tem colhido bons resultados para os participantes de seus planos”, enfatiza Serone.