Evento em São Paulo destacou caminhos para inovação, inclusão e sustentabilidade no setor de seguros, com foco na contribuição do cooperativismo
A MAPFRE, companhia global de seguros e serviços financeiros, reuniu nesta terça-feira (05), lideranças do mercado segurador, representantes do cooperativismo e especialistas em inovação para discutir o futuro do setor. Realizado em São Paulo, a terceira edição da Coopweek 2025 colocou em pauta temas como digitalização, inclusão financeira e sustentabilidade, mostrando como o cooperativismo pode ser um agente transformador na expansão do acesso a seguros no Brasil.
A abertura ficou a cargo de Felipe Nascimento, CEO da MAPFRE Brasil, que destacou a importância do momento para o setor. “O cooperativismo tem uma força impressionante, além de ser um setor que cresce em cenários desafiadores, movimenta bilhões, gera emprego e desenvolve comunidades”, resumiu. “E o mais bonito é que tudo isso vem de um modelo baseado em união, participação e propósito. Na MAPFRE, isso ressoa muito com a nossa história porque nascemos como uma mútua e, por isso, acreditamos tanto nas cooperativas. Não é só uma parceria de negócio, é uma parceria de valores”, define o CEO.

Logo em seguida, Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), reforçou a necessidade de modernização e diálogo técnico entre as instituições. “A previsibilidade regulatória é essencial para estimular novas parcerias. O cooperativismo e o seguro compartilham origens no mutualismo e juntos podemos criar soluções com base em confiança, gestão de risco e impacto social real”.
Sustentabilidade como estratégia de negócio
O primeiro painel do dia, “Cooperativismo e seguros: alianças para um mundo mais resiliente”, foi mediado por Fátima Lima, diretora de Sustentabilidade da MAPFRE. A mesa trouxe visões diversas sobre o papel das cooperativas na construção de uma economia mais inclusiva e sustentável.
Isaura Morél, gerente de Sustentabilidade do Sicredi, lembrou que sustentabilidade, para o cooperativismo, não é uma agenda paralela, mas parte do próprio modelo de negócio. “Trabalhamos com a inclusão, o fomento à economia local e soluções que levam segurança e qualidade de vida aos nossos associados. Isso conversa diretamente com o que o seguro representa”, disse.
Itamar Vodzicki, gerente do Instituto Cresol, apresentou os números da rede, com mais de 1 milhão de cooperados, 59 cooperativas e quase mil agências. “Sustentabilidade é um dos nossos valores. Temos ações sociais com indicadores claros de impacto e uma atuação que busca equilibrar desempenho econômico com responsabilidade social e ambiental”, segundo o executivo.
Já Luiz Edson Feltrim, superintendente de Cidadania e Sustentabilidade do Sicoob, trouxe a perspectiva do letramento financeiro como ponte entre inclusão e proteção. “Trabalhamos com uma agenda construída com base em regulação, mercado e comportamento do cooperado. A educação financeira é fundamental para ampliar o acesso a seguros com consciência e autonomia”, afirmou.
Inovação, inteligência artificial e futuro
No segundo painel, “Inovação e IA: como a tecnologia pode auxiliar na distribuição e regulação de seguros nas cooperativas”, especialistas discutiram os caminhos para tornar os produtos de proteção mais acessíveis, eficientes e personalizados.
Rodrigo Kondo, superintendente de Inteligência de Mercado, apontou que o uso de dados e inteligência artificial tem se transformado desde a precificação até a jornada de atendimento ao cliente. “Estamos vendo um novo ciclo, em que é possível ofertar produtos desenhados para realidades muito específicas com menos burocracia e mais precisão”, afirmou.
Hugo Assis, diretor geral de Estratégia e Transformação da MAPFRE, falou sobre as megatendências que atravessam os setores. “Os cooperados precisam entender que a inovação não está só dentro da sua indústria. Ela vem de fora, da saúde, da tecnologia, da mobilidade, e impõe mudanças. Na MAPFRE, estamos investindo em mais de 10 iniciativas com IA, desde contratação até regulação de sinistros. Mas é sempre IA com o humano no centro, como apoio, não substituição”, disse o executivo.
Rogério Tamassa, cofundador da consultoria Liga Ventures, destacou a relevância do chamado “phigital” (a integração entre o físico e o digital) como chave para a personalização em escala. “A IA ainda está em fase de amadurecimento, mas já vemos resultados em experiências com cooperativas que conseguiram entender melhor seus públicos e oferecer soluções mais aderentes”, concluiu.
Diálogo e alianças
Ao longo do dia, as falas convergiram em um ponto central, de que o cooperativismo não é concorrente do modelo tradicional de seguros, mas um parceiro estratégico para a expansão do setor de forma ética, inclusiva e sustentável.
“O momento é de diálogo técnico, construção institucional e parcerias de longo prazo”, resumiu Felipe Nascimento. “Estamos falando de complementariedade e não de competição entre modelos. E essa convergência é essencial para proteger a produção, as famílias e os sonhos de milhões de brasileiros que ainda não têm acesso ao seguro”.
A Coopweek 2025 teve a casa cheia, com a presença de representantes das principais cooperativas do país, além de instituições como a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras). Como desdobramento, a MAPFRE segue divulgando em suas redes sociais, ao longo da semana, uma série de conteúdos sobre os temas abordados nos painéis, com análises, entrevistas e reflexões para ampliar o alcance das discussões iniciadas no evento.